Tiro
Nota: Para outros significados, veja Tiro (desambiguação).
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Património Mundial da UNESCO | ||||
Arco do triunfo | ||||
País | Líbano | |||
Critérios | C (iii) (vi) | |||
Referência | 299 en fr es | |||
Coordenadas | 36° 16′ 23″ N, 35° 13′ 01″ L | |||
Histórico de inscrição | ||||
Inscrição | 1984 (em perigo: 299) (? sessão) | |||
* Nome como inscrito na lista do Património Mundial. |
Tiro é uma cidade fenícia, localizada no atual Líbano, na costa do mar Mediterrâneo, a cerca de 30 km de Sídon. A cidade moderna é chamada hoje de Sur.
História |
O comércio de todo o mundo estava reunido nos armazéns de Tiro. Os mercadores desta cidade foram os primeiros a aventurar-se a navegar através das águas mediterrânicas, fundando colónias na costa e ilhas vizinhas do mar Egeu, na Grécia, na costa do norte de África, em Cartago, na Sicília e na Córsega, na Península Ibérica e mesmo para além dos pilares de Hércules em Gadeira (Cádis). No tempo de David, foi forjada uma aliança entre os Hebreus e o povo de Tiro, que foram governados durante muito tempo pelos seus reis nativos.
Tiro estava dividida em duas partes distintas: uma fortaleza rochosa, chamada "Antiga Tiro", e a cidade, construída numa pequena e rochosa ilha a cerca de 700 metros da costa. Estrategicamente, era um local muito bem posicionado. Foi cercada durante cinco anos por Salmanaser III, rei da Assíria, que contava com o auxílio dos Fenícios do continente. Em 586 a.C. foi cercada por Nabucodonosor, rei dos caldeus, durante treze anos, aparentemente sem sucesso. Caiu depois sob o jugo de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, depois de um cerco de sete meses. Tiro continuou a manter muita da sua importância comercial até o início era cristã.
Foi aqui que se fundou uma igreja logo após a morte de Santo Estêvão, e São Paulo, ao regressar da sua terceira jornada missionária, passou uma semana em diálogo com os discípulos daquela cidade.
Após a Primeira Cruzada, foi capturada, tornando-se uma das cidades mais importantes do Reino de Jerusalém. Fazia parte do domínio real, embora houvesse colónias autónomas para as cidades mercantes da península Itálica. De resto, e enquanto Jerusalém não foi conquistada por Saladino em 1187, Tiro manteve-se uma cidade importante para o cristianismo, acolhendo arcebispos e formando Patriarcas. As cruzadas capturaram a cidade no século XIII, mas em 1291 foi retomada pelos mamelucos.
A cidade de Tiro foi particularmente conhecida pela produção de um tipo de tinta púrpura bastante raro. Esta cor era reservada, em muitas culturas dos tempos antigos, para a realeza ou nobreza.
Bibliografia |
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- SALIBI, K. The Modern History of Lebanon, Delmar, Caravan Books, 1977. ISBN 0-88206-015-5
Ver também |
- Lista de reis de Tiro