Tradução Brasileira da Bíblia/Marcos/VII









Marcos - Capítulo VII
por Vários





118273Marcos - Capítulo VIIVários





  1. Vieram ter com Jesus os fariseus e alguns escribas, chegados de Jerusalém.

  2. Tendo visto que alguns discípulos de Jesus comiam pão com mãos impuras, isto é, por lavar,

  3. (pois os fariseus e todos os judeus, observando a tradição dos anciãos,

  4. não comem sem lavar as mãos cuidadosamente; e quando voltam da rua, não comem sem se aspergir, e muitas outras coisas há que receberam e guardam, como a lavagem de copos, jarros e vasos de metal),

  5. perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que não seguem os teus discípulos a tradição dos anciãos, mas comem com mãos impuras?

  6. Respondeu ele: Hipócritas, bem profetizou de vós Isaías, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim;

  7. Adoram-me, porém, em vão, Ensinando doutrinas que são preceitos de homens.

  8. Vós, deixando o mandamento de Deus, observais a tradição dos homens.

  9. Continuou: Sabeis muito bem rejeitar o mandamento de Deus, para manter a vossa tradição.

  10. Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe, e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe, seja morto;

  11. mas vós ensinais: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que eu te poderia dar, é Corbã, isto é, uma oferenda a Deus;

  12. não mais lhe permitis fazer coisa alguma pelo pai ou pela mãe,

  13. invalidando a palavra de Deus pela tradição que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes.

  14. Chamando ele de novo a multidão, disse-lhe: Ouvi-me todos e entendei.

  15. Nada há fora do homem, que, nele entrando, possa contaminá-lo; pelo contrário as coisas que saem dele, são as que o contaminam.

  16. {Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.}

  17. Tendo deixado a multidão, entrou em casa, e pediam-lhe seus discípulos a explicação da parábola.

  18. Ele respondeu: Assim também vós não entendeis? Não compreendeis que tudo o que está fora do homem, entrando nele, não pode contaminá-lo,

  19. porque não entra no coração, mas no ventre, e é lançado no lugar escuso? Isto disse, purificando todos os alimentos.

  20. Continuou: O que sai do homem, isso é o que o contamina.

  21. Pois de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, as fornicações, os furtos, os homicídios, os adultérios,

  22. as avarezas, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba e a loucura:

  23. todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem.



  24. Levantando-se, saiu dali para as fronteiras de Tiro. Entrando numa casa, quis que ninguém o soubesse, e não pôde ocultar-se.

  25. Uma mulher, porém, cuja filha estava possessa dum espírito imundo, ouvindo logo falar dele, foi e prostrou-se-lhe aos pés

  26. (a mulher era gentia, de origem siro-fenícia), e rogava-lhe que expelisse de sua filha o demônio.

  27. Ele lhe disse: Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.

  28. Ela, porém, replicou: Assim é, Senhor; mas até os cachorrinhos debaixo da mesa comem as migalhas que as crianças deixam.

  29. Ele lhe disse: Por esta palavra, vai-te; o demônio já saiu de tua filha.

  30. Ela, voltando para sua casa, achou a menina deitada na cama, e que o demônio havia saído.



  31. De novo se retirou das fronteiras de Tiro, e foi por Sidom ao mar da Galiléia, atravessando o território de Decápolis.

  32. Trouxeram-lhe um surdo e gago e pediram-lhe que pusesse a mão sobre ele.

  33. Jesus, tirando-o da multidão, levou-o à parte, pôs os seus dedos nos ouvidos dele e, cuspindo, tocou-lhe a língua;

  34. depois erguendo os olhos ao céu, deu um suspiro e disse: Efrata, isto é, Abre-te.

  35. Abriram-se-lhe os ouvidos, e logo se lhe desfez a prisão da língua, e falava com clareza.

  36. Recomendou-lhes Jesus expressamente que a ninguém o contassem; mas quanto mais o recomendava, tanto mais eles o publicavam.

  37. Admiravam-se sobremaneira, dizendo: Ele tudo tem feito bem, faz até os surdos ouvir e os mudos falar.




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