Charles de Gaulle
Charles de Gaulle | |
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18º Presidente da França | |
Período | 8 de janeiro de 1959 a 28 de abril de 1969 |
Primeiro-ministro | Michel Debré (1959–1962) Georges Pompidou (1962–1968) Couve de Murville (1968–1969) |
Antecessor | René Coty |
Sucessor | Georges Pompidou |
Co-Príncipe de Andorra | |
Período | 8 de janeiro de 1959 a 28 de abril de 1969 |
Co-Príncipe | Ramon Iglesias i Navarri |
Antecessor | René Coty Ramon Iglesias i Navarri |
Sucessor | Georges Pompidou Ramon Malla Call |
Primeiro-Ministro da França | |
Período | 1 de junho de 1958 a 8 de janeiro de 1959 |
Presidente | René Coty |
Antecessor | Pierre Pflimlin |
Sucessor | Michel Debré |
Presidente do Governo Provisório da França | |
Período | 20 de agosto de 1944 a 20 de janeiro de 1946 |
Antecessor | Philippe Pétain (Chefe de Estado) |
Sucessor | Félix Gouin |
Líder da França Livre | |
Período | 18 de junho de 1940 a 3 de julho de 1944 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Charles André Joseph Marie de Gaulle |
Nascimento | 22 de novembro de 1890 Lille, Norte-Passo-de-Calais, França |
Morte | 9 de novembro de 1970 (79 anos) Colombey-les-Deux-Églises, Champanha-Ardenas, França |
Progenitores | Mãe: Jeanne Maillot Pai: Henri de Gaulle |
Alma mater | Escola Militar Especial de Saint-Cyr |
Esposa | Yvonne Vendroux (1921–1970) |
Partido | Rali do Povo Francês (1947–1955) União para a Nova República (1958–1969) |
Religião | Catolicismo |
Serviço militar | |
Lealdade | França França Livre |
Serviço/ramo | Exército de Terra Francês |
Anos de serviço | 1912–1944 |
Graduação | General de brigada |
Batalhas/guerras | Primeira Guerra Mundial Segunda Guerra Mundial |
Condecorações | Legião de Honra Ordem da Libertação Ordem Nacional do Mérito Cruz de Guerra 1914–1918 Cruz de Guerra 1939–1945 Ordem da Estrela Negra |
Charles André Joseph Marie de Gaulle (francês: [ʃaʁl də ɡol] (ouvir), Lille, 22 de novembro de 1890 – Colombey-les-Deux-Églises, 9 de novembro de 1970) foi um general, político e estadista francês que liderou as Forças Francesas Livres durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde fundou a Quinta República Francesa em 1958 e foi seu primeiro Presidente, de 1959 a 1969.[1]
Índice
1 Primeiros anos e carreira militar
2 I Guerra Mundial
3 II Guerra Mundial
4 Política
4.1 Presidência
5 Morte
6 Ver também
7 Referências
Primeiros anos e carreira militar |
De Gaulle nasceu na região industrial de Lille, no Flandres francês, sendo o terceiro dos cinco filhos de Henri de Gaulle, um professor de historia e literatura em uma faculdade jesuíta que mais tarde criou sua própria escola.[2] Foi criado em uma família de devotos católicos, nacionalistas e tradicionalistas, mas também bastante progressistas.[3]
O pai de de Gaulle, Henri, descendia de uma longa linhagem de aristocratas da Normandia e da Borgonha, enquanto sua mãe, Jeanne Maillot, pertencia a uma família de ricos empresários de Lille.[4]
I Guerra Mundial |
Durante a Primeira Guerra Mundial, foi feito prisioneiro, durante a Batalha de Verdun, e esteve no mesmo campo de prisioneiros[5] onde estava o marechal soviético Mikhail Tukhachevsky, que foi executado em 1937 durante o Grande Expurgo. Nos anos 1920 e 1930 de Gaulle destacou-se como um proponente da guerra de blindados e defensor da aviação militar, que ele considerava um meio para romper o impasse da guerra de trincheira.
II Guerra Mundial |
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi promovido ao posto temporário de brigadeiro, liderando um dos poucos contra-ataques de cargos bem sucedidos, antes da queda da França, em 1940. Em seguida, serviu por pouco tempo ao governo francês, antes do início da hierarquia, e logo refugiou-se na Inglaterra, de onde proferiu um famoso discurso, transmitido pelo rádio, em junho de 1940, no qual exortava o povo francês a resistir à Alemanha Nazista[6] e organizando as forças francesas livres com oficiais franceses exilados no Reino Unido.[7]
Durante a Segunda Guerra Mundial rivalizou com o general Henri Giraud na liderança das forças militares e da Resistência francesa. Ao passo que o general Giraud tinha o apoio de Franklin Delano Roosevelt e dos Estados Unidos, De Gaulle foi preferido pelos sectores de esquerda da Resistência, que preferiam a postura mais antiamericana de De Gaulle, mesmo durante a guerra.
Gradualmente, obteve o controle de todas as colônias francesas - a maioria das quais haviam sido inicialmente controladas pelo regime pró-alemão de Vichy. À época da libertação da França, em 1944, de Gaulle dirigia um governo no exílio - a França Livre - insistindo que a França deveria ser tratada como uma potência independente pelos outros aliados. Após a libertação, tornou-se primeiro-ministro do Governo Provisório Francês, renunciando em 1946 devido a conflitos políticos.[8]
Política |
Após a guerra, fundou seu próprio partido político, o RPF. Embora se tivesse retirado da política em 1950, após a derrota do RPF, foi escolhido pela Assembleia Nacional Francesa para voltar ao poder como primeiro-ministro, durante a crise de maio de 1958. De Gaulle liderou a redação de uma nova Constituição, fundando a Quinta República[9] e foi eleito Presidente da França, um cargo que agora detinha um poder muito maior do que na Terceira e Quarta Repúblicas.[10]
Presidência |
Como presidente, Charles de Gaulle pôs fim ao caos político que precedeu o seu regresso ao poder. Durante seu governo, promoveu o controle da inflação e instituiu uma nova moeda em janeiro de 1960. Também fomentou o crescimento industrial. Apesar de ter apoiado inicialmente o domínio francês sobre a Argélia, decidiu mais tarde conceder a independência àquele país, encerrando uma guerra cara e impopular. A decisão dividiu a opinião pública francesa, e de Gaulle teve que enfrentar a oposição dos colonos pieds-noirs e dos militares franceses que tinham inicialmente apoiado seu retorno ao poder.
De Gaulle empreendeu o desenvolvimento de armas nucleares francesas e promoveu uma política externa pan-europeia, buscando livrar-se das influências norte-americana e britânica. Retirou a França do comando militar da OTAN - apesar de continuar a ser membro da aliança ocidental - e por duas vezes vetou a entrada do Reino Unido na Comunidade Europeia.
Viajou frequentemente pela Europa Oriental e por outras partes do mundo e reconheceu a China comunista. Em 1967, durante uma visita oficial ao Canadá, incentivou publicamente o Movimento pela independência de Quebec, o que causou a mais grave crise diplomática entre a França e o Canadá. Seu discurso pronunciado em Montreal, no dia 24 de julho, foi concluído exatamente com o slogan dos separatistas: "Viva o Quebec livre!", o que foi interpretado pelas autoridades canadenses como apoio do presidente francês ao movimento autonomista.
Charles De Gaulle foi alvo de três atentados confirmados, todos eles falhados. O primeiro ocorreu em Paris, no ano de 1945, por atiradores furtivos alemães. Outro em 8 de Setembro de 1961, organizado por Raoul Salan, uma bomba fabricada com explosivo plástico explodiu perto de seu carro. O último aconteceu em 22 de Agosto de 1962, quando seu carro foi crivado de balas, ficando o vidro traseiro estilhaçado e os pneus estourados, num atentado que mais tarde foi narrado no livro best-seller "O Dia do Chacal", de Frederick Forsyth. Ainda em 1963, seria desbaratado um complô na Escola Militar para matá-lo.[11][12]
Durante seu mandato, de Gaulle também enfrentou a oposição política dos comunistas e dos socialistas. Apesar de ter sido reeleito presidente em 1965, desta vez por voto popular direto, em maio de 1968 parecia provável que perdesse o poder, em meio a protestos generalizados de estudantes e trabalhadores. No entanto, sobreviveu à crise com uma ampliação da maioria na Assembleia. Pouco depois, em 1969, depois de perder um referendo sobre a reforma do Senado e a regionalização, renunciou.
Morte |
De Gaulle faleceu em 9 de novembro de 1970, na cidade de Colombey-les-Deux-Églises, vítima de um aneurisma cerebral.[13] Encontra-se sepultado em Colombey-les-Deux-Eglises Parish Churchyard, Colombey-les-Deux-Églises, Champanha-Ardenas na França.[14]
De Gaulle é considerado como o líder mais influente da história da França moderna. Sua ideologia e seu estilo político - o gaullismo - ainda têm grande influência na vida política francesa atual.
Ver também |
Carlos Alves de Souza Filho (autor da frase: O Brasil não é um país sério, incorretamente atribuída a de Gaulle)- Praça Charles de Gaulle
- Gaulismo
Referências
↑ «Cinquième République». Assemblée Nationale Française. 2008. Consultado em 2 de novembro de 2008
↑ «Charles de Gaulle». Grolier Online. Consultado em 27 de dezembro de 2008
↑ «Fondation Charles de Gaulle - La Genèse 1890–1940 : une famille du Nord». Consultado em 10 de setembro de 2009
↑ Crawley, Aidan (1969). De Gaulle. London: The Literary Guild. pp. 13–16
↑ Max Gallo De Gaulle, tome premier : L'Appel du destin, III, 10.
↑ Berthon, Simon (2001). Allies at war. London: Collins. p. 21. ISBN 0007116225
↑ «Fondation Charles de Gaulle». Consultado em 10 de setembro de 2009
↑ «Fondation Charles de Gaulle». Consultado em 10 de setembro de 2009
↑ «Fondation Charles de Gaulle». Consultado em 10 de setembro de 2009
↑ «Gen. De Gaulle At Élysée To-Day New President Faces Growing Threat Of Labour Unrest», The Times, 8 de janeiro de 1959
↑ «De Gaulle sofreu vários atentados». Jornal Folha de São Paulo. 15 de julho de 2002. Consultado em 28 de dezembro de 2017
↑ Os Atentados contra o Presidente De Gaulle, França, 1945-1961 – O Dia do Chacal. DVD. Editor: Unimundos
↑ «Morre, aos 80 anos, Charles de Gaulle». Estadão. Consultado em 7 de março de 2016
↑ Charles de Gaulle (em inglês) no Find a Grave
Precedido por Pierre Laval (Primeiro-ministro) Philippe Pétain (Chefe de Estado) | Chefe do Governo Provisório da República da França 1944 - 1946 | Sucedido por Félix Gouin |
Precedido por Pierre Pflimlin | Primeiro-ministro da França 1958 - 1959 | Sucedido por Michel Debré |
Precedido por René Coty | Presidente da República Francesa 1959 - 1969 | Sucedido por Georges Pompidou |