José de Magalhães Pinto
Magalhães Pinto | |
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Magalhães Pinto | |
Deputado federal por Minas Gerais | |
Período | 1946–1961 1967–1971 1979–1987 |
26° Governador de Minas Gerais | |
Período | 31 de janeiro de 1961 a 31 de janeiro de 1966 |
Antecessor | Bias Fortes |
Sucessor | Israel Pinheiro |
Ministro das Relações Exteriores | |
Período | 15 de março 1967 a 30 de outubro de 1969 |
Antecessor | Juracy Magalhães |
Sucessor | Mário Gibson Barbosa |
Senador da República por Minas Gerais | |
Período | 1º de fevereiro de 1971 a 1º de fevereiro de 1979 |
Presidente do Senado Federal do Brasil | |
Período | 1975–1977 |
1º vice-presidente | Wilson Gonçalves |
Antecessor | Paulo Torres |
Sucessor | Petrônio Portela |
Dados pessoais | |
Nascimento | 28 de junho de 1909 Santo Antônio do Monte, MG |
Morte | 6 de março de 1996 (86 anos) Rio de Janeiro, RJ |
Alma mater | Universidade Federal de Minas Gerais |
Cônjuge | Berenice Catão de Magalhães Pinto |
Partido | UDN, ARENA, PP, PDS |
Profissão | advogado, economista, banqueiro |
José de Magalhães Pinto (Santo Antônio do Monte, 28 de junho de 1909 — Rio de Janeiro, 6 de março de 1996) foi um advogado, economista, banqueiro e político brasileiro com atuação em Minas Gerais, estado do qual foi governador e representou no Congresso Nacional.[1][2][3]
Participou ativamente da conspiração que precedeu o Golpe militar de 1964 no Brasil.[4]
Índice
1 Vida empresarial
2 Carreira política
3 Homenagens
4 Morte
5 Referências
Vida empresarial |
Filho de José Caetano de Magalhães Pinto e Maria de Magalhães Pinto. Aos dois anos mudou de Santo Antônio do Monte para Formiga e depois Juiz de Fora até ingressar no setor financeiro como funcionário do Banco do Estado de Minas Gerais e ao sair deste tornou-se gerente do Banco Real[5] indo trabalhar em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro sem deixar a presidência da Associação Comercial de Minas Gerais. Eleito presidente da Federação de Comércio de Minas Gerais, fez uma incursão pelo setor siderúrgico e presidiu o Sindicato Nacional dos Exportadores de Ferro e Metais Básicos. Advogado formado pela Universidade Federal de Minas Gerais figurou entre os opositores do Estado Novo ao assinar o Manifesto dos Mineiros dirigido ao presidente Getúlio Vargas em 1943 e em resposta foi afastado de todos os cargos e funções que ocupava sendo obrigado a fundar, no ano seguinte, o Banco Nacional.[6]
Carreira política |
Fundador da UDN foi eleito deputado federal em 1945 e após participar da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1946 pediu licença para assumir a Secretaria de Finanças no governo Milton Campos e após deixar o cargo foi reeleito em 1950, 1954 e 1958 elegendo-se presidente nacional da UDN no ano seguinte em lugar de Juracy Magalhães (que fora eleito governador da Bahia) e em 1960 foi eleito governador de Minas Gerais ao derrotar Tancredo Neves, candidato do PSD.[7]
Em cinco anos à frente do Palácio da Liberdade criou o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais[8] e em seu governo ocorreu o Massacre de Ipatinga. Também financiou o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) numa série de ações políticas que o fizeram apoiar a deposição do presidente João Goulart e a posterior instalação do Regime Militar de 1964.[6] Eleito deputado federal pela ARENA em 1966, assumiu o Ministério das Relações Exteriores no Governo Costa e Silva[9] e no exercício do cargo articulou pedidos de empréstimos internacionais para financiar obras de infraestrutura para o desenvolvimento do Brasil numa política denominada Diplomacia da Prosperidade em muitos pontos similar à Política Externa Independente dos governos Jânio Quadros e João Goulart. Ciente que a détente entre Estados Unidos e a União Soviética modificava as regras da política global pregava uma aliança entre os países do Terceiro Mundo e nisso o Brasil se alinhou ao Grupo dos 77 e se recusou a assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Em 1968 apoiou a instalação do Ato Institucional Número Cinco pela chamada linha dura do Regime Militar que suspendeu várias garantias constitucionais.[6]
Em 1970 foi eleito senador[10] sendo escolhido presidente do Senado Federal em 1975 e em 1978 foi eleito deputado federal.[7] Findo o bipartidarismo participou da fundação do Partido Popular em 12 de fevereiro de 1980 ao lado do senador Tancredo Neves, outrora um persistente rival político.[6] A convivência entre eles cessou após a incorporação entre PP e PMDB,[11] medida rejeitada por Magalhães Pinto que filiou-se ao PDS e foi reeleito deputado federal em 1982.[7]
Em seu derradeiro mandato parlamentar ausentou-se da votação da Emenda Dante de Oliveira em 1984 e votou em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985[12] encerrando uma rivalidade cultivada por anos. Este foi o último gesto político de sua carreira visto que fora acometido por um derrame cerebral e não retornou ao mandato sendo substituído por Delson Scarano.
“ | Gratidão em política só dura 48 horas | ” |
Homenagens |
O estádio do Mineirão é denominado Governador Magalhães Pinto em sua homenagem. A avenida principal da cidade de Coronel Fabriciano é denominada Avenida Governador José de Magalhães Pinto.
Recebeu o título de doutor honoris causa proposto pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto (Portugal), em 1968.[13]
Morte |
No ano anterior a sua morte, Magalhães Pinto sofreu dois derrames cerebrais que afetaram sua memória e seus movimentos. Morreu em consequência de hemorragia digestiva[14].
Referências
↑ «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Magalhães Pinto». Consultado em 8 de novembro de 2013
↑ «Senado Federal do Brasil: senador Magalhães Pinto». Consultado em 8 de novembro de 2013. Arquivado do original em 24 de setembro de 2015
↑ Foram ao todo sete mandatos de deputado federal e um de senador.
↑ The National Security Archive (24 de Abril de 1995). «Telegrama de 30 de março de 1964, encaminhado da Embaixada Americana no Rio de Janeiro para o general Vernon Walters» 🔗 (PDF). George Washington University. Consultado em 4 de Abril de 2015
↑ Nesta biografia optamos por usar a denominação mais recente de cada um dos bancos em que Magalhães Pinto trabalhou.
↑ abcd «Biografia de Magalhães Pinto no acervo da Fundação Getúlio Vargas». Consultado em 8 de novembro de 2013
↑ abc «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 9 de novembro de 2013
↑ «Página oficial do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais». Consultado em 9 de novembro de 2013
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↑ Segundo o Tribunal Superior Eleitoral obteve a maior votação percentual do país com 46,33%.
↑ PP e PMDB decidem unir-se (online). Folha de S. Paulo, 21/12/1981. Página visitada em 9 de novembro de 2013.
↑ Sai de São Paulo o voto para a vitória da Aliança (online). Folha de S. Paulo, 16/01/1985. Página visitada em 9 de novembro de 2013.
↑ Universidade do Porto – "Doutores Honoris Causa pela Universidade do Porto"
↑ Veja, edição 1435, de 13 de março de 1996