Joaquim Pedro de Oliveira Martins




































Oliveira Martins


Oliveira Martins
Nome completo
Joaquim Pedro de Oliveira Martins
Nascimento

30 de abril de 1845
Lisboa, Reino de Portugal Portugal
Morte

24 de agosto de 1894 (49 anos)
Lisboa, Reino de Portugal Portugal
Nacionalidade

Reino de Portugal portuguesa
Ocupação
Político, cientista social

Magnum opus

Os Filhos de D. João I, História de Portugal

Movimento estético

Geração de 70




Casa da Pedra, em Águas Férreas, no Porto, onde Oliveira Martins viveu.


Joaquim Pedro de Oliveira Martins (Lisboa, 30 de Abril de 1845 — Lisboa, 24 de Agosto de 1894) foi um historiador, político e cientista social português. Foi uma das figuras-chave da historiografia portuguesa contemporânea cujas obras marcaram sucessivas gerações de portugueses, influenciando escritores do século XX, como António Sérgio, Eduardo Lourenço ou António Sardinha.



Biografia |


Órfão de pai, teve uma adolescência difícil, não chegando a concluir o curso liceal, que lhe teria permitido ingressar na Escola Politécnica, para o curso de Engenheiro Militar. Esteve empregado desde os 13 anos de idade no comércio, de 1858 a 1870, mas, nesse ano, devido à falência da empresa onde trabalhava, foi exercer funções de administrador de uma mina na Andaluzia. Quatro anos depois regressou a Portugal para dirigir a construção da via férrea do Porto à Póvoa de Varzim e a Vila Nova de Famalicão. Em 1880 foi eleito presidente da Sociedade de Geografia Comercial do Porto e, quatro anos depois, director do Museu Industrial e Comercial do Porto. Mais tarde desempenhou as funções de administrador da Régie dos Tabacos, da Companhia de Moçambique, e fez parte da comissão executiva da Exposição Industrial Portuguesa.


Casou em 1865 com Victória de Mascarenhas Barbosa, de ascendência inglesa, que o acompanhou nas suas longas estadias em Espanha e no Porto, mas de quem não teve descendência[1]


Foi deputado em 1883, eleito por Viana do Castelo, e em 1889 pelo círculo do Porto. Em 1892 foi convidado para a pasta da Fazenda, no ministério que se organizou sob a presidência de Dias Ferreira, e em 1893 foi nomeado vice-presidente da Junta do Crédito Público.


Elemento animador da Geração de 70, revelou uma elevada plasticidade às múltiplas correntes de ideias que atravessaram o seu século.


Oliveira Martins colaborou nos principais jornais literários e científicos de Portugal, assim como nos políticos socialistas. Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas: Renascença [2] (1878-1879?), Ribaltas e gambiarras[3] (1881), Revista de Estudos Livres [4] (1883-1886), Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha [5] (1888-1898) e Gazeta dos Caminhos de Ferro[6] (iniciada em 1899) e ainda em A semana de Lisboa [7] (1893-1895), A Leitura [8] (1894-1896) e, a título póstumo, no semanário Branco e Negro [9] (1896-1898).


A sua vasta obra começou com o romance Febo Moniz, publicado em 1867, e estende-se até à sua morte, em 1894.
Na área das ciências sociais escreveu, por exemplo, Elementos de Antropologia, de 1880, Regime das Riquezas, de 1883, e Tábua de Cronologia, de 1884. Das obras históricas há a destacar História da Civilização Ibérica e História de Portugal, em 1879, O Brasil e as Colónias Portuguesas, de 1880, Os Filhos de D. João I, de 1891, e Portugal Contemporâneo, de 1881. É também necessário destacar a sua obra História da República Romana.
A sua obra suscitou sempre controvérsia e influenciou a vida política portuguesa, mas também historiadores, críticos e literatos do seu tempo e do século XX.
Perfilhou várias ideologias contraditórias pois foi socialista (proudhoniano), republicano, monárquico, liberal, antiliberal e iberista. Defendeu a liberdade política e económica, mas também preconizou a ditadura. É apontado como um dos introdutores das ideias socialistas em Portugal, mas também como um proto-fascista[10].


Oliveira Martins sugeriu em Política e Economia Nacional (1885, p.20) como dar um novo alento ao "corpo caquéctico da sociedade portuguesa": "(...) é mister passar uma esponja sobre a história actual e recente, fazer um grande acto de contrição, apagar até a própria lembrança desta orgia regeneradora em que nos vemos ir a pique desoladamente impotentes, esperando tudo dos meios ilícitos, alcançando tudo do compadrio, tornando Portugal inteiro, com os seus quatro milhões de habitantes, um grande viveiro de afilhados que rumorejam pedindo favores em torno do homem que se arvorou em compadre universal destes reinos".



Obras |




  • Febo Moniz (1867)


  • Os Lusíadas - Ensaio sobre Camões, em Relação à Sociedade Portuguesa e ao Movimento da Renascença (1872)


  • A Teoria do Socialismo - Evolução Política e Económica das Sociedades da Europa (1872)

  • História da Civilização Ibérica (1879)

  • História de Portugal (1879)


  • O Brasil e as Colónias Portuguesas (1880)


  • Elementos de Antropologia (1880)


  • Portugal contemporâneo (1881)


  • Sistema dos Mitos Religiosos (1882)


  • Regime das Riquezas (1883)

  • Tábua de Cronologia (1884)

  • Historia da Republica Romana (1885)


  • Política e Economia Nacional (1885, Magalhães & Moniz - Porto)


  • Portugal nos Mares: Ensaios de Critica, Historia e Geographia, (1889, Lisboa, Bertrand; reprodução da Parceria Antonio Maria Pereira, 1924)


  • Os Filhos de D. João I (1891)


  • A vida de Nun'Álvares (1893)


  • Perfis (1930)



Referências e Bibliografia Crítica |





  1. Maria Antónia Oliveira Martins de Mesquita, Oliveira Martins: O Homem, a Família e a Sociedade, separata da Revista da Universidade de Coimbra, Coimbra: 1999, pp. 25-27.


  2. Helena Roldão (03 de outubro de 2013). «Ficha histórica: A renascença : orgão dos trabalhos da geração moderna» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 31 de março de 2015  Verifique data em: |data= (ajuda)


  3. Ribaltas e gambiarras (1881) [cópia digital, Hemeroteca Digital]


  4. Pedro Mesquita (22 de outubro de 2013). «Ficha histórica: Revista de estudos livres (1883-1886)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de abril de 2015 


  5. Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha (1888-1898) [cópia digital, Hemeroteca Digital]


  6. Gazeta dos Caminhos de Ferro (1899-1971) [cópia digital, Hemeroteca Digital]


  7. Álvaro de Matos (29 de abril de 2010). «Ficha histórica: A semana de Lisboa : supplemento do Jornal do Commercio» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 03 de maio de 2016  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)


  8. «A Leitura : magazine literário(1894-1896),Índice do Tomo IV» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 19 de setembro de 2016 


  9. Rita Correia (01 de Fevereiro de 2012). «Ficha histórica: Branco e Negro : semanario illustrado (1896-1898)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de Janeiro de 2015  Verifique data em: |data= (ajuda)


  10. «Oliveira Martins - O ideólogo do Iberismo, Carlos Fontes». Consultado em 17 de abril de 2013. Arquivado do original em 13 de dezembro de 2012 



BIBLIOGRAFIA CRÍTICA ESSENCIAL:



  • Guilherme d'Oliveira Martins- Oliveira Martins: uma biografia, pref. de Eduardo Lourenço. Lisboa, Casa da Moeda, 1986.

  • Guilherme d'Oliveira Martins - Oliveira Martins, um combate de ideias. Lisboa, Gradiva, 1999.


Ligações externas



  • Geração de 70

  • Biografia no Portal da História

  • Oliveira Martins na página do Instituto Camões













Precedido por
José Eduardo de Melo Gouveia

Ministro da Fazenda de Portugal
1892 — 1893
Sucedido por
Augusto Maria Fuschini
Precedido por


Vice-presidente da Junta do Crédito Público
1893
Sucedido por







































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