São Tomé e Príncipe
República Democrática de São Tomé e Príncipe | |
Lema: Unidade, Disciplina, Trabalho | |
Hino nacional: Independência total | |
Gentílico: são-tomense | |
Capital | São Tomé |
Cidade mais populosa | Água Grande |
Língua oficial | Português |
Governo | República semipresidencialista |
- Presidente | Evaristo Carvalho |
- Primeiro-ministro | Jorge Bom Jesus |
Independência | de Portugal |
- Data | 12 de Julho de 1975 |
Área | |
- Total | 1001 km² (183.º) |
População | |
- Estimativa para 2017 | 201 025[1] hab. (184.º) |
- Censo 2012 | 187 356[2] hab. |
- Urbana | 58 hab. (188.º) |
- Densidade | 156,84 hab./km² (65.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2014 |
- Total | US$ 612 milhões*[3] |
- Per capita | US$ 3 138[3] |
PIB (nominal) | Estimativa de 2014 |
- Total | US$ 362 milhões*[3] |
- Per capita | US$ 1 854[3] |
IDH (2017) | 0,589 (143.º) – médio[4] |
Moeda | Dobra ( STD ) |
Fuso horário | 0h |
- Verão (DST) | 1h |
Desde 1 de Janeiro de 2018, adoptou hora legal UTC+1 durante todo o ano. | |
Org. internacionais | CPLP, ONU, FMI. |
Cód. Internet | .st |
Cód. telef. | +239 |
Website governamental | www.presidencia.st |
São Tomé e Príncipe, oficialmente República Democrática de São Tomé e Príncipe, é um Estado insular localizado no Golfo da Guiné, composto por duas ilhas principais (Ilha de São Tomé e Ilha do Príncipe) e várias ilhotas, num total de 1001 km², com cerca de 192 mil habitantes. Situa-se relativamente próximo das costas do Gabão, Guiné Equatorial, Camarões e Nigéria.
As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até 1470, quando os navegadores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar as descobriram. Foi, então, uma colónia de Portugal desde o século XV até à sua independência em 12 de julho de 1975. É um dos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Índice
1 História
2 Geografia
2.1 Clima
2.2 Ilhéus do arquipélago
3 Demografia
3.1 Línguas
3.2 Religião
4 Política
5 Subdivisões
6 Economia
7 Saúde
8 Educação
9 Cultura
10 Património
11 Referências
12 Ver também
13 Ligações externas
História |
Ver artigo principal: História de São Tomé e Príncipe
As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até 1470, quando os navegadores portugueses João de Santarém, Pêro Escobar e João de Paiva as descobriram na zona do Golfo da Guiné.
A cana-de-açúcar e o cacau[5] foram introduzidos nas ilhas e escravos africanos foram importados[6] mas a concorrência da colónia portuguesa do Brasil e as constantes rebeliões locais levaram a cultura agrícola ao declínio no século XVI. Assim sendo, a decadência açucareira tornou as ilhas entrepostos de escravos.[7]
Numa das várias revoltas internas nas ilhas, um escravo chamado Amador, considerado herói nacional, controlou cerca de dois terços da ilha de São Tomé. A agricultura só foi estimulada no arquipélago no século XIX, com o cultivo de cacau e café.
Durante estes dois séculos do Ciclo do Cacau, criaram-se estruturas administrativas complexas. Elas compunham-se de vários serviços públicos, tendo a sua frente um chefe de serviço. As decisões tomadas por este tinham de ser sancionadas pelo Governador da Colónia, que para legislar, auxiliava-se de um Conselho de Governo e de uma Assembleia Legislativa.
Durante muito tempo o governador foi o comandante-chefe das forças armadas, até que com a luta armada nos outros territórios sob o seu domínio, se criou um Comando Independente. Fora da sua alçada encontrava-se a Direção-Geral de Segurança (DGS).
O Governador deslocava-se periodicamente a Lisboa, para informar o governo colonial e dele trazer instruções.
Na Ilha do Príncipe, em representação do Governo havia o administrador do Concelho com largas atribuições. A colónia estava dividida em dois concelhos, o de São Tomé, o do Príncipe, e em várias freguesias.
Em 1960, surge um grupo nacionalista opositor ao domínio português. Em 1972, o grupo dá origem ao Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), de orientação marxista. Assim, em 1975, após cerca de 500 anos de controlo de Portugal, o arquipélago é descolonizado.[6][8]
Após a independência, foi implantado um regime socialista de partido único e as plantações são nacionalizadas[6] sob a alçada do MLSTP. Dez anos após a independência (1985), inicia-se a abertura económica do país. Em 1990, adota-se uma nova constituição, que institui o pluripartidarismo.[6]
No ano seguinte, as eleições legislativas apresentam o Partido de Convergência Democrática - Grupo de Reflexão (PCD-GR) como grande vencedor, ao conquistar a maioria das cadeiras. A eleição para presidente contou com a participação de Miguel Trovoada, ex-primeiro-ministro do país que estava exilado desde 1978. Sem adversários, Trovoada foi eleito para o cargo. Em 1995 foi instituído um governo local na ilha do Príncipe, com a participação de cinco membros. Nas eleições parlamentares de 1998, o MLSTP incorpora no seu nome PSD (Partido Social Democrata) e conquista a maioria no Parlamento, o que tornou possível ao partido indicar o primeiro-ministro.[9]
Em 2001, Fradique de Menezes tornou-se presidente e prometeu mais colaboração com o parlamento. Em 2003 resistiu a uma tentativa de golpe.[6]
Geografia |
Ver artigo principal: Geografia de São Tomé e Príncipe
As ilhas de São Tomé e do Príncipe ficam situadas junto à linha do Equador (atravessa o Ilhéu das Rolas) e a cerca de 300 km da costa Ocidental de África. Todo o arquipélago está inserido no rifte da linha vulcânica dos Camarões.
Clima |
São Tomé e Príncipe tem um clima do tipo equatorial, quente e húmido, com temperaturas médias anuais que variam entre os 22 °C e os 30 °C. É um país com uma multiplicidade de microclimas, definidos, principalmente, em função da pluviosidade, da temperatura e da localização. A temperatura varia em função da altitude e do relevo.
Ilhéus do arquipélago |
Ver artigo principal: Lista de ilhéus de São Tomé e Príncipe
Demografia |
Ver artigo principal: Demografia de São Tomé e Príncipe
Do total da população de São Tomé e Príncipe, cerca de 180 mil vivem na ilha de São Tomé e sete mil e quinhentos na Ilha do Príncipe.[2] Todos eles descendem de vários grupos étnicos que emigraram para as ilhas.
As ilhas são uma antiga colónia portuguesa. Na década de 1970 houve dois fluxos populacionais significativos — o êxodo da maior parte dos 4000 residentes portugueses e o influxo de várias centenas de refugiados são-tomenses vindos de Angola. Os ilhéus foram na sua maior parte absorvidos por uma cultura comum luso-africana. Quase todos pertencem às igrejas Católica Romana, Evangélica, Nazarena, Congregação Cristã ou Adventista do Sétimo Dia, que, por sua vez, mantém laços estreitos com as igrejas em Portugal.
População urbana - 65,1%[10]
- População rural - 34,9%
Línguas |
Ver artigo principal: Línguas de São Tomé e Príncipe
O português é a língua oficial e de facto nacional de São Tomé e Príncipe, sendo falada por cerca de 98,4%[1] da população do país, uma parte significativa dela como sua língua materna. Variantes reestruturadas de português ou crioulos portugueses[11] também são falados como o forro, o crioulo cabo-verdiano (8,5%), o angolar (6,6%) e o principense (1%). O francês (6,8%) e inglês (4,9%) são as línguas estrangeiras ensinadas nas escolas.
Religião |
Ver artigo principal: Religião de São Tomé e Príncipe
As manifestações religiosas são imensamente complexas. Elas têm origem nos mais variados credos, pois se atendermos à gama de indivíduos de várias origens, facilmente se encontra a explicação deste facto.
De acordo com o CIA- The World Factbook a população de São Tomé e Príncipe dividia-se, aquando dos censos de 2001, de acordo com as suas filiações religiosas da seguinte forma: 77,5% de Cristãos, (na sua maioria católicos - 70,3%), 3,1% seguem outras religiões e 19,4% são não religiosos.
Política |
Ver artigo principal: Política de São Tomé e Príncipe
São Tomé e Príncipe é uma república semi-presidencialista democracia representativa, o presidente é o chefe de Estado e o primeiro-ministro é o chefe de governo.
A Constituição de 2003 é a principal lei do país, tendo sido adoptada pela Lei n.º1/03, de 29 de Janeiro de 2003. Outras normas jurídicas importantes do país são a Lei nº 8/1991 (Lei Base do Sistema Judiciário), a Lei nº 10/1991 (Estatuto dos Magistrados Judiciais), a Lei nº. 5/1997 (Estatuto da Função Pública).
Partidos Políticos
- MLSTP-PSD: Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata
- ADI: Acção Democrática Independente
- PCD-GR: Partido de Convergência Democrática – Grupo de Reflexão
- MDFM: Movimento Democrático Força de Mudança (Partido criado por Fradique de Menezes)
- Outros partidos sem representação parlamentar
Poder Legislativo
- Unicameral – Assembleia Nacional, com 55 membros
- Constituição: 2003
Subdivisões |
Ver artigo principal: Subdivisões de São Tomé e Príncipe
São Tomé e Príncipe é um país constituído por duas ilhas principais e alguns ilhéus menores, e está administrativamente dividida em sete distritos. Em 2004, São Tomé e Príncipe contava com 139.000 habitantes e em 2012 com 178.739 habitantes.[12]
A Ilha de São Tomé, cuja capital é a cidade de São Tomé, tem uma população estimada em 133.600 habitantes (2004), numa área de 859 km².
A Ilha do Príncipe, cuja capital é Santo António, é a ilha menor, com uma área de 142 km² e uma população estimada em 5.400 habitantes (2004). Desde 29 de Abril de 1995 que a ilha do Príncipe constitui uma região autónoma.
O ilhéu das Rolas fica a poucos metros a sul da ilha de São Tomé, e apresenta a particularidade de ser atravessado pela linha do Equador.
Apesar de estar consagrado na Constituição que os distritos devam ser governados por órgãos autárquicos eleitos, até ao momento realizaram-se poucas destas eleições em São Tomé e Príncipe, com regularidades de intervalo críticas.
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Ilha de São Tomé : | Ilha do Príncipe |
Economia |
Ver artigo principal: Economia de São Tomé e Príncipe
São Tomé e Príncipe tem apostado no turismo para o seu desenvolvimento,[13] mas a recente descoberta de jazidas de petróleo nas suas águas abriu novas oportunidades. A actividade pesqueira continua a ser uma das principais actividades económicas do país. O país continua também a manter estreitas relações bilaterais com Portugal.
Saúde |
São Tomé e Príncipe sofre uma taxa de mortalidade infantil bastante elevada (27% segundo a OMS, em 2015[14])e possui uma incidência muito significativa de doenças infecciosas e carências nutricionais nas causas de morte.
A rede sanitária do país possui uma boa cobertura. Esta é constituída por Postos comunitários geridos pelos agentes de saúde comunitária, Postos de saúde a cargo de enfermeiro e Centros de saúde dirigidos por médicos, com alguns serviços diferenciados inclusive com hospitalização.
O único hospital de referência denomina-se Hospital Dr. Ayres de Menezes, na capital, apresentando algumas deficiências nos cuidados de saúde prestados[15]. Os serviços de saúde possuem unidades de internamento distritais em Caué (construída com o apoio da ONG portuguesa AMI), Lembá e na ilha do Príncipe e, ainda, centros de saúde nos restantes distritos. Os tratamentos mais diferenciados são encaminhados para o Gabão ou para Portugal.
Graças a fortes investimentos, em cooperação com a Organização Mundial de Saúde, entre 2000 e 2015 o paludismo, a doença mais mortal do mundo, não vitimou qualquer cidadão em São Tomé e Príncipe. Em consequência deste progresso o país recebeu três Prémios de Excelência entregues pela Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária, pelo cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento do Milénio referentes à reversão da incidência da malária e de outras doenças até 2015[16].
Educação |
A nível superior existem neste momento as seguintes instituições:
Universidade de São Tomé e Príncipe[17]
- Instituto Universitário de Contabilidade, Administração e Informática (IUCAI)
- Universidade Lusíada
A última é dependência da universidade privada portuguesa do mesmo nome.
Cultura |
Ver artigo principal: Cultura de São Tomé e Príncipe
No folclore santomense são de destacar a sobrevivência de dois autos renascentistas (século XVI): " A Tragédia do marquês de Mântua e do Príncipe D. Carlos Magno", denominado localmente de "Tchiloli" e o "São Lourenço" (por ser representado no dia deste santo) e que é idêntico aos "Autos de Floripes"[18] que ainda hoje é representado na aldeia das Neves, perto de Viana do Castelo.
A Cena Lusófona editou um livro, Floripes Negra, em que Augusto Baptista, ensaísta e fotógrafo, faz um levantamento sobre as origens do "Auto da Floripes" e as suas ligações com Portugal.
Património |
Arquitectura religiosa
- Igreja de Nossa Senhora do Rosário (ilha do Príncipe)
- Sé Catedral (ilha de São Tomé)
- Igreja de Madre Deus (ilha de São Tomé)
Arquitectura militar
- Forte de Santo António (Ponta da Mina) (edificado depois de 1695 e reconstruído em 1809)
- Fortaleza de São Sebastião (que hoje alberga o Museu Nacional de São Tomé e Príncipe)(1566)(cidade de São Tomé)
- Forte de São Jerónimo (1613)
- Forte de São José (1756)
Edificações do século XX
- Cineteatro Marcelo da Veiga (cidade de São Tomé)
- Liceu Nacional (cidade de São Tomé)
- Arquivo Histórico (cidade de São Tomé)
- Mercado Municipal (cidade de São Tomé)
- Edifício da Companhia Santomense de Telecomunicações (cidade de São Tomé)
- Antigo Bairro Salazar, hoje 3 de Fevereiro (cidade de São Tomé)
Património de origem portuguesa
- Esculturas de Pêro Escobar, João de Santarém e João de Paiva reunidas em frente à Fortaleza de São Sebastião
- Monumentos a Vasco da Gama e o das Comemorações Henriquinas de 1960 situados na marginal da cidade de São Tomé
- Edificações do séc XIX e XX, designadas por "Roça" implantadas um pouco por todo o território. De cariz agrícola dispunham além das áreas habitacionais, de valências industriais, saúde, educação, produção e transformação agrícola e industrial.
Património científico
- Padrão do Equador no Ilhéu das Rolas (1936)
Referências
↑ ab «São Tomé e Príncipe no CIA World Factbook». Central Intelligence Agency (CIA). Consultado em 2 de março de 2017
↑ ab «São Tomé e Príncipe tem 187.356 habitantes – Téla Nón». telanon.info
↑ abcd Fundo Monetário Internacional (FMI), ed. (Outubro de 2014). «World Economic Outlook Database». Consultado em 29 de outubro de 2014
↑ «Human Development - Indices and Indicators - 2018 Statistical Update» (PDF) (em inglês). Human Development Report (Human Development Report Office) - United Nations Development Programme. Consultado em 29 de setembro de 2018
↑ «Home - Pacific Biodiesel». Pacific Biodiesel (em inglês). Consultado em 20 de maio de 2017
↑ abcde Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 555
↑ Isabel Castro Henriques, São Tomé e Príncipe: A invenção de uma sociedade, Lisboa: Vega, 2000.
↑ Tony Hodges & Malyn Newitt, São Tomé e Príncipe: From plantation colony to microstate, Londres: Wstview, 1988
↑ A mais importante fonte sobre as primeiras décadas pós-coloniais é Gerhard Seibert, Camaradas, Clientes e Compadres: Colonialismo, Socialismo e Democratização em São Tomé e Príncipe, Lisboa: Vega, 2001
↑ ab Sao Tome and Principe. Acessado em 20 de junho de 2016
↑ «As Línguas de S. Tomé e Príncipe» (PDF). Consultado em 13 de março de 2015
↑ http://www.ine.st/Documentacao/InformacoesEstatisticas/Demograficas/22.pdf
↑ Ver Brígida Rocha Brito e outros, Turismo em Meio Insular Africano: Potencialidades, constrangimentos e impactos, Lisboa: Gerpress, 2010
↑ http://apps.who.int/gho/data/node.country.country-STP?lang=en
↑ Oliveira, Gisela (2018). Marketing social e combate ao paludismo: estudo das campanhas de comunicação em São Tomé e Príncipe, Universidade de Évora.
↑ Oliveira, Gisela (2018). Marketing social e combate ao paludismo: estudo das campanhas de comunicação em São Tomé e Príncipe, Universidade de Évora.
↑ São Tomé e Príncipe: Primeira universidade pública é criada no país - Portal UNILAB
↑ «Cena Aberta - Ano 1 - número 0». www.cenalusofona.pt
Ver também |
- África
- Lista de países
- Império Português
- Missões diplomáticas de São Tomé e Príncipe
- Português de São Tomé e Príncipe
- Lista de cidades em São Tomé e Príncipe
- Lista de Ilhéus de São Tomé e Príncipe
Ligações externas |
- Commons
- Wikinotícias
- Wikcionário
- Ministério de Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades
- Embaixada de São Tomé e Príncipe em Lisboa
- Imagens de São Tomé e Príncipe
- Divisão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil responsável pelas relações bilaterais com São Tomé e Príncipe
- Informações diversas sobre Săo Tomé e Príncipe em Inglês
- Portal Sobre São Tomé e Príncipe
- Jornais de São Tomé e Príncipe
- Associação Caué - Amigos de São Tomé e Príncipe, em Barcelona
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