Vômito
Nota: Para a cidade no que é hoje a Síria que antigamente se chamava Emese, veja Homs.
Vômito | |
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Classificação e recursos externos | |
CID-10 | R11 |
CID-9 | 787 |
MeSH | D014839 |
Leia o aviso médico |
Vómito, émese (português europeu) ou vômito, êmese (português brasileiro) é a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. O vómito é ao mesmo tempo um sinal e um sintoma bastante desagradável que pode assustar muito a pessoa atingida. Pode ocorrer nas doenças do labirinto, nas intoxicações, nas obstruções intestinais e como resposta do organismo a dores muito intensas.
Índice
1 Classificação
2 Mecanismo
2.1 Zona de gatilho
3 Complicações
3.1 Aspiração do vômito
3.2 Desequilíbrio de eletrólitos e desidratação
3.3 Lesões esofágicas
3.4 Alterações nos dentes
4 Medicamentos relacionados
4.1 Eméticos
4.2 Antieméticos
5 Referências
6 Ver também
Classificação |
- vómitos alimentares - quando apresentar apenas conteúdo alimentar.
- vómitos fecaloides - quando apresentam características como odor pútrido e cor escura, sendo patognomônico de obstrução intestinal baixa.
- vómitos biliares - quando apresentam conteúdo de cor amarelo-esverdeado sugestivo de bile. Apesar do medo da população, este tipo de vómito apenas diz ao médico que o fígado está permeável.
- vómitos em jato - são vómitos explosivos, que podem denotar aumento da pressão intracraniana e indicar risco de morte iminente.
- vómitos pós prandiais - aqueles que correm após a alimentação
- bulimia nervosa - vômitos induzidos por medo de engordar.
Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
Mecanismo |
Zona de gatilho |
É uma área que faz com que a pessoa tenha vontade de vomitar. Está situada fora da barreira hematoencefálica, é estimulada de acordo com a presença de estimulantes na circulação. As principais substâncias estimulantes são: estrógenos,cisplatina, morfina, ergotamina, levodopa, estimulantes dos receptores da dopamina e da 5-hidroxitriptamina.
Na prática clínica, o reflexo do vómito (também designado de reflexo faríngeo) é um reflexo importante a ser testado. Este induz-se por toque nas paredes da faringe ou por toque no palato mole ou úvula e as fibras aferentes viscerais gerais do nervo glossofaríngeo vão ser estimuladas e, através dos ramos faríngeos deste nervo, vão atingir a porção caudal do núcleo do feixe solitário, onde vão sinaptizar. Este, por sua vez, envia fibras que vão para os núcleos ambíguo e motor dorsal do vago. O primeiro dá origem a fibras eferentes viscerais especiais para o nervo vago que vão, através do seu ramo laríngeo externo, ramo laríngeo recorrente e ramo faríngeo, induzir a contracção dos músculos faríngeos e laríngeos derivados do 4º e 6º arcos branquiais. O núcleo motor dorsal do vago dá origem a fibras eferentes viscerais gerais pré-ganglionares parassimpáticas que vão para o abdómen e vão induzir a contração dos músculos abdominais. Por isso, a via aferente do reflexo faríngeo é da responsabilidade do nervo glossofaríngeo, enquanto a via eferente é da responsabilidade do nervo vago. Os músculos induzidos neste reflexo são, por isso, os músculos da parede abdominal e a maior parte dos músculos laríngeos e faríngeos (os que são derivados dos arcos branquiais- 4º e 6º).
Fonte: Nolte, 4ª Edição
Complicações |
Aspiração do vômito |
O ato de vomitar pode ser perigoso se o conteúdo gástrico entra no trato respiratório. Sob circunstâncias normais o reflexo do soluço e a tosse irão prevenir que isso ocorra, entretanto estes reflexos protetores estão comprometidos em pessoas sob influência de certas substâncias como álcool ou anestesia. Estes indivíduos podem se sufocar e se asfixiar ou sofrer uma pneumonia de aspiração.
Desequilíbrio de eletrólitos e desidratação |
Vómitos prolongados e excessivos irão depletar o corpo de água (desidratação) e podem alterar o balanço de eletrólitos do corpo. O vómito gástrico leva à perda de ácido (prótons) e cloro diretamente. Combinado com o ácido normalmente presente no estômago, este vómito leva a uma alcalose metabólica hipoclorêmica (baixo níveis de cloreto em associação com altos níveis de HCO3 e CO2 e pH sanguíneo aumentado) e frequentemente hipocalemia (depleção de potássio). A hipocalemia é um resultado indireto do rim compensando pela perda de ácido. Com a perda da comida ingerida o indivíduo pode se tornar caquético. Menos frequente, o vômito do conteúdo intestinal, incluindo ácidos biliares e HCO3- pode levar à acidose metabólica.
Lesões esofágicas |
O vômito repetido ou profuso pode causar erosões no esôfago ou pequenas lacerações na mucosa esofágica (laceração de Mallory-Weiss). Isso pode se tornar aparente após diversos episódio se junto com os vômitos começa a surgir sangue fresco vermelho no conteúdo vomitado.
A síndrome de Boerhaave é a rotura espontânea do esôfago causada pelo esforço de vomitar. O quadro clínico típico é o sujeito vomitando e subitamente apresentando uma forte dor no peito ou região superior do abdomen. Caso não seja diagnosticado nas primeiras horas, leva o paciente a óbito por mediastinite.
Alterações nos dentes |
Os vómitos repetidos, como observados na bulimia nervosa, podem levar a destruição do esmalte dentário devido à acidez do vômito. As enzimas digestivas também podem ter um efeito negativo na saúde oral, ao degradar o tecido das gengivas.
Medicamentos relacionados |
Eméticos |
Um emético, como o xarope de ipeca, é uma substância que induz o vómito quando administrada oralmente ou por injeção. Um emético é usado medicamente quando uma substância tóxica foi ingerida e deve ser expelida do corpo imediatamente (por este motivo, muitos produtos tóxicos e facilmente digeríveis como veneno de rato possuem eméticos em sua composição). A indução do vômito pode remover a substância antes dela ser absorvida pelo corpo. O abuso do xarope de ipeca pode causar danos à saúde.
O sulfato de cobre já foi usado no passado com um emético.[1] Hoje ele é considerado muito tóxico para este uso.[2]
Antieméticos |
Um antiemético é uma medicação que é efetiva contra vômitos e náuseas. Os antieméticos são tipicamente usados para tratar a cinetose (enjoo dos movimentos em viagens) e os efeitos adversos de alguns analgésicos opioides e quimioterapia direcionada contra o câncer.
Os antieméticos atuam ao inibir os locais de receptores associados com a êmese. Desta maneira, são usados como antieméticos: anticolinérgicos, anti-histamínicos, antagonista da dopamina, antagonistas da serotonina e canabinoides.
Referências
↑ Holtzmann NA, Haslam RH (1968). «Elevation of serum copper following copper sulfate as an emetic». Pediatrics. 42 (1): 189–93. PMID 4385403
↑ Olson, Kent C. (2004). Poisoning & drug overdose. New York: Lange Medical Mooks/McGraw-Hill. 175 páginas. ISBN 0-8385-8172-2
Ver também |
Emetofobia (fobia de vomitar)