Gonçalo Pereira
Nota: Se procura o homónimo, veja Gonçalo Peres Pereira, o Liberal.
Gonçalo Pereira | |
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Nascimento | Século XIII |
Morte | 1358 |
Sepultamento | Sé de Braga |
Cidadania | Portugal |
Alma mater | Universidade de Salamanca |
Ocupação | presbítero |
Religião | Igreja Católica |
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Gonçalo Pereira (— Braga, 22 de dezembro de 1348), foi um prelado português.
Biografia |
D. Frei Gonçalo Pereira foi, durante muitos séculos, assumido como sendo filho do primeiro casamento de D. Gonçalo Peres Pereira, o Liberal, 3.º Senhor da Honra de Pereira, filho este de D. Pedro Rodrigues Pereira, 2.° Senhor da Honra de Pereira, e de sua mulher Maria Pires Gabere ou Gravel, com sua mãe, Urraca Vasques Pimentel, filha de D. Vasco Martins Pimentel e de sua primeira mulher Maria Anes de Fornelos,[1] provável e supostamente no Solar de Pereira, na extinta paróquia de Sanfins de Riba de Ave. Todavia, uma recente tese apresentada em 2017 no Instituto Português de Heráldica por Augusto Martins Ferreira do Amaral, desfez completamente esta versão, afirmando que foi ao chegar a Arcebispo e buscando elevar-se genealogicamente que D. Gonçalo Pereira adulterou o Livro de Linhagens do Conde D. Pedro de forma a surgir ligado ao ramo mais ilustre dos Pereira, pretensão não suportada pela documentação coeva, sem que se tenha, sequer, a certeza de que sejam a mesma linhagem de Pereira.
Criado no Paço Real de D. Dinis, foi, depois, estudar para a Universidade de Salamanca, onde se formou. Mais tarde, viria a ser Deão da Sé do Porto.
Foi, ainda, Prior de Leça na Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém e de Rodes.
Em 1320 foi enviado por D. Dinis à Cúria Pontifícia, em Avinhão, juntamente com o Almirante Manuel Pessanha a fim de solicitarem ao Papa, entre outras coisas, auxílio financeiro para a guerra contra os Mouros.
Em 1321 era eleito 13.º Bispo de Évora, o que não se viria a efectuar; a 21 de Agosto de 1322, o Papa João XXII nomeou-o 17.º Bispo de Lisboa.
Regressado ao reino, celebrou um Sínodo Diocesano em 1324, no qual promulgou novas Constituições Sinodais, as quais, como parecessem muito pesadas em termos fiscais, acabaram por ser revogadas pelo seu sucessor.
Em 1326, vagando a Sé de Braga, foi nomeado pelo Papa João XXII 22.º Arcebispo Primaz, cargo que ocupou até 1348, quando morreu.
Combateu ao lado do rei D. Afonso IV na Batalha do Salado, a 30 de Outubro de 1340.
Em Braga, mandou construir a cidadela em torno da Torre de Menagem, no século XIV. A fortificação foi complementada posteriormente por D. Lourenço Vicente.
Na Sé de Braga, mandou construir a sua capela tumular, conhecida como Capela da Glória. O jacente do Arcebispo é considerado um dos mais relevantes monumentos funerários da História da Arte Portuguesa.
Foi no seu tempo como Arcebispo que grassou em Portugal e no resto da Europa a célebre Peste Negra.
Do seu relacionamento com Teresa Peres Vilarinho, filha de Pero Gonçalves Vilarinho e de sua mulher, teve um filho sacrílego:
- D. Álvaro Gonçalves Pereira (Salamanca, c. 1300 - Porto, 1375 ou Amieira do Tejo, c. 1379), que foi Prior do Crato, com geração, entre outras, de Iria Gonçalves do Carvalhal, filha de Pedro Gonçalves do Carvalhal e de sua mulher Aldonça Rodrigues, incluindo o condestável D. Nuno Álvares Pereira.[2]
Referências
↑ Nobiliário das Famílias de Portugal, Manuel José da Costa Felgueiras Gaio, Carvalhos de Basto, 2.ª Edição, Braga, 1989. Vol. VIII - p. 169 (Pereiras). Vol. VIII - p. 169 (Pereiras). p. 28.
↑ Nobiliário das Famílias de Portugal, Manuel José da Costa Felgueiras Gaio, Carvalhos de Basto, 2.ª Edição, Braga, 1989. Vol. VIII - p. 170 (Pereiras).
Precedido por Geraldo Domingues | Bispo de Évora 1321 | Sucedido por Pedro |
Precedido por Frei Estêvão | Bispo de Lisboa 1322 — 1326 | Sucedido por João Afonso de Brito |
Precedido por João Martins de Soalhães | Arcebispo Primaz de Braga 1326 — 1348 | Sucedido por Guilherme de la Garde |