Fernando I de Portugal
Fernando I | |
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Rei de Portugal e Algarve | |
Reinado | 18 de janeiro de 1367 22 de outubro de 1383 |
Antecessor(a) | Pedro I |
Sucessor(a) | João I |
Esposa | Leonor Teles |
Descendência | Beatriz, Rainha de Castela |
Casa | Borgonha |
Nascimento | 31 de outubro de 1345 |
| Coimbra, Portugal |
Morte | 22 de outubro de 1383 (37 anos) |
| Lisboa, Portugal |
Enterro | Convento do Carmo, Lisboa, Portugal |
Pai | Pedro I de Portugal |
Mãe | Constança Manuel |
Religião | Catolicismo Romano |
Fernando I (Coimbra, 31 de outubro de 1345 – Lisboa, 22 de outubro de 1383), apelidado de " Formoso", "o Belo" e "o Inconstante", foi o Rei de Portugal e Algarve de 1367 até sua morte, o último monarca português da Casa de Borgonha. Era o filho homem mais velho do rei Pedro I e sua primeira esposa Constança Manuel. Sua morte sem herdeiros homens levou à Crise de 1383–1385. Com apoio da nobreza local, descontente com a coroa castelhana, Fernando chegou a ser aclamado Rei em diversas cidades importantes de Norte a Sul da Galiza.[1]
Índice
1 Reinado
2 Títulos, estilos, e honrarias
2.1 Títulos e estilos
3 Genealogia
3.1 Ascendência
3.2 Descendência
4 Ver também
5 Referências
6 Ligações externas
Reinado |
O início do reinado de D. Fernando foi marcado pela política externa. Quando D. Pedro I de Castela (1350-1369) morreu sem deixar herdeiros masculinos, D. Fernando, como bisneto de D. Sancho IV de Castela, por via feminina, declara-se herdeiro do trono. Outros interessados eram os reis de Aragão e Navarra, bem como o duque de Lencastre casado com D. Constança, a filha mais velha de D. Pedro de Castela. Entretanto D. Henrique da Trastâmara, irmão bastardo de Pedro, havia-se declarado rei. Depois de duas campanhas militares sem sucesso, as partes aceitam a intervenção do Papa Gregório XI. Entre os pontos assentes no tratado de 1371, D. Fernando é prometido a D. Leonor de Castela, mas antes que o casamento pudesse ser concretizado, o rei apaixona-se por D. Leonor Teles de Menezes, mulher de um dos seus cortesãos. Após a rápida anulação do primeiro casamento de D. Leonor, D. Fernando casa com ela, publicamente, a 15 de maio de 1372 no Mosteiro de Leça do Balio. Este acto valeu-lhe forte contestação interna, mas não provocou reacção em D. Henrique de Castela, que prontamente promete a filha a Carlos III de Navarra.
Após a paz com Castela, dedicou-se D. Fernando à administração do reino, mandou reparar muitos castelos e construir outros, e ordenou a construção de novas muralhas em redor de Lisboa e do Porto. Com vista ao desenvolvimento da agricultura promulgou a Lei das Sesmarias. Por esta lei impedia-se o pousio nas terras susceptíveis de aproveitamento e procurava-se aumentar o número de braços dedicados à agricultura.
Durante o reinado de D. Fernando alargaram-se, também, as relações mercantis com o estrangeiro, relatando Fernão Lopes a presença em Lisboa de numerosos mercadores de diversas nacionalidades. O desenvolvimento da marinha foi, por tudo isto, muito apoiado, tendo o rei tomado várias medidas dignas de nota, tais como: autorização do corte de madeiras nas matas reais para a construção de navios a partir de certa tonelagem; isenção total de direitos sobre a importação de ferragens e apetrechos para navios; isenção total de direitos sobre a aquisição de navios já feitos; etc. Muito importante, sem qualquer dúvida, foi a criação da Companhia das Naus, na qual todos os navios tinham que ser registados, pagando uma percentagem dos lucros de cada viagem para a caixa comum. Serviam depois estes fundos para pagar os prejuízos dos navios que se afundassem ou sofressem avarias.
A partir do casamento, D. Leonor Teles tornara-se cada vez mais influente junto do rei, manobrando a sua intervenção política nas relações exteriores, e ao mesmo tempo cada vez mais impopular. Aparentemente, D. Fernando mostra-se incapaz de manter uma governação forte e o ambiente político interno ressente-se disso, com intrigas constantes na corte. Em 1382, no fim da guerra com Castela, estipula-se que a única filha legítima de D. Fernando, D. Beatriz de Portugal, case com o rei D. João I de Castela. Esta opção significava uma anexação de Portugal e não foi bem recebida pela classe média e parte da nobreza portuguesa.
Quando D. Fernando falece em 1383, a linha dinástica da dinastia de Borgonha chega ao fim. D. Leonor Teles é nomeada regente em nome da filha e de D. João I de Castela, mas a transição não será pacífica. Respondendo aos apelos de grande parte dos Portugueses para manter o país independente, D. João, mestre de Aviz e irmão bastardo de D. Fernando, declara-se rei de Portugal. O resultado foi a crise de 1383-1385, um período de interregno, onde o caos político e social dominou. D. João tornou-se no primeiro rei da Dinastia de Avis em 1385.
Os restos mortais de D. Fernando foram depositados no Convento de São Francisco, em Santarém, conforme o deixado em testamento pelo monarca. No século XIX, o túmulo foi alvo de sérios actos de vandalismo e degradação, primeiro como resultado das Invasões Francesas, quando se partiu uma porção significativa das paredes do sarcófago ao se ter tornado difícil remover a tampa; e da desamortização das ordens religiosas em 1834, quando o convento foi deixado ao abandono. Certo é que os restos mortais do rei se perderam para sempre, não tendo chegado nenhum registo dessa profanação aos dias de hoje.[2]
Joaquim Possidónio da Silva, Presidente e fundador da Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portugueses, toma a iniciativa de transportar o monumento funerário de D. Fernando para o Museu Arqueológico do Carmo (onde ainda hoje se encontra), em 1875, de modo a salvaguardar a sua integridade e dignidade de mais vandalismo.[2]
Títulos, estilos, e honrarias |
Estilo de tratamento de Fernando I de Portugal | |
Brasão de armas do Reino de Portugal (1248-1385) | |
Estilo | Sua Mercê |
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Tratamento direto | Vossa Mercê |
Estilo alternativo | Senhor |
Ver artigo principal: Lista de títulos e honrarias da Coroa Portuguesa
Títulos e estilos |
- 31 de Outubro de 1345 – 18 de Janeiro de 1367: "o Infante Fernando de Portugal
- 18 de Janeiro de 1367 – 22 de Outubro de 1383: "Sua Mercê, o Rei"
- Na Galícia: 23 de Março de 1369 – 31 de Março de 1371: "Sua Mercê", o Rei" (em pretensa)
O estilo oficial de Fernando enquanto Rei era: "Pela Graça de Deus, Fernando I, Rei de Portugal e do Algarve". Em 1369, como afirmação da pretensão de Fernando à Coroa de Castela, a titulatura evolui para: "Pela Graça de Deus, Fernando I, Rei de Castela, de Leão, de Portugal, de Toledo, da Galiza, de Sevilha, de Córdova, de Múrcia, de Jáen, do Algarve, de Algeciras e Senhor de Molina". A titulatura regressou à utilizada no início do seu reinado com a sua renúncia aos títulos castelhanos após a Paz de Alcoutim, em 1371.
Genealogia |
Ascendência |
Os ancestrais de D. Fernando I de Portugal:
Pedro I
D. Constança
Ancestrais de Fernando I de Portugal | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Descendência |
D. Fernando teve uma filha natural antes do seu casamento:
Isabel (1364-1435), senhora de Viseu, casada com D. Afonso, conde de Noreña, com geração nos Noronha.
Do casamento com D. Leonor Teles de Menezes nasceram:
Beatriz (1372- após 1409), pretendente ao trono do pai, casada com o rei D. João I de Castela;
Afonso (1371), morreu quatro dias após o nascimento;
Pedro (1370), morreu horas após o nascimento.
Ver também |
- Guerras fernandinas
Referências
↑ Fernão Lopes, Crónica, ed. 1966, p. 75.
↑ ab Cardeira, Anabela (2012). «Túmulo de D. Fernando I» (PDF). Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Consultado em 14 de Outubro de 2014
Ligações externas |
Chronica de el-rei D. Fernando, Fernão Lopes (1380-1460), Lisboa: Escriptorio, 1895-1896 (em português) Biblioteca Nacional Digital
Fernando I de Portugal Casa de Borgonha Ramo da Casa de Capeto 31 de outubro de 1345 – 22 de outubro de 1383 | ||
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Precedido por Pedro I | Rei de Portugal e Algarve 18 de janeiro de 1367 – 22 de outubro de 1383 | Sucedido por João I |