Olavo de Carvalho















































Olavo de Carvalho



Nome completo
Olavo Luiz Pimentel de Carvalho
Nascimento

29 de abril de 1947 (71 anos)
Campinas, São Paulo
Residência

Richmond, Virgínia, Estados Unidos
Nacionalidade

brasileiro
Progenitores

Mãe: Nicéa Pimentel de Carvalho
Pai: Luiz Gonzaga de Carvalho
Cônjuge
Roxane Andrade de Souza
Ocupação

jornalista, ensaísta e pensador
Prêmios

Medalha do Pacificador[1][2]
Medalha do Mérito Santos-Dumont[3]
Ordem Nacional do Mérito da Romênia[4]
Medalha Tiradentes[2]
Religião

Católico romano
Página oficial
olavodecarvalho.org

Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (Campinas, 29 de abril de 1947)[5] é um jornalista, ensaísta, ideólogo, e pensador[6]brasileiro.[7] Olavo estudou filosofia por conta própria,[8] sendo um dos principais representantes do conservadorismo no Brasil.[8][9][10]


Em sua juventude, foi militante comunista, inclusive sendo membro do Partido Comunista Brasileiro de 1966 a 1968,[11] tendo feito oposição durante todo o período do regime militar,[12][13] mas, posteriormente, tornou-se um anticomunista convicto. O filósofo Pablo Ortellado, escrevendo à BBC, aponta Olavo como o responsável pelo surgimento da Nova Direita brasileira.[13] É considerado pela imprensa como um "guru" do presidente da República Jair Bolsonaro,[14][15][16][17] embora ele próprio rejeite essa afirmação.[18][19]


Como jornalista, trabalhou em revistas e periódicos, passando por veículos como Folha de S.Paulo, Planeta, Bravo!, Primeira Leitura, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo, Época e Zero Hora e Diário do Comércio. Foi também astrólogo, colaborando no primeiro curso de extensão universitária em astrologia da PUC-SP, em 1979, oferecido a formandos em psicologia.[20]


É autor de vários livros, sendo o primeiro deles, lançado em 1980, A Imagem do Homem na Astrologia. Seu livro O Mínimo que Você Precisa Saber para não Ser um Idiota, lançado em 2013, vendeu algo próximo de 320 mil exemplares.[13] Sua obra também inclui O Jardim das Aflições (1995), e O Imbecil Coletivo (1996), entre outros livros.




Índice






  • 1 Vida pessoal


    • 1.1 Filme




  • 2 Carreira


    • 2.1 Livros


    • 2.2 Participações em palestras e eventos




  • 3 Visão de mundo


  • 4 Posicionamentos


    • 4.1 Política


    • 4.2 Ciência




  • 5 Controvérsias


  • 6 Condecorações


  • 7 Obras


  • 8 Ver também


  • 9 Notas


  • 10 Referências


  • 11 Ligações externas




Vida pessoal


Filho do advogado Luiz Gonzaga de Carvalho e da dona de casa Nicéa Pimentel de Carvalho, nasceu em Campinas, Estado de São Paulo, onde viveu por aproximadamente um ano e meio.[21]


Olavo de Carvalho mora atualmente em Richmond, no estado norte-americano de Virgínia. Segundo ele, um dos motivos para sua mudança do Brasil para os EUA, em 2005, foi a chegada do PT ao poder, afirmando: "Pensei: Isto aqui está tão louco, tão louco, que se eu continuar aqui vou ficar louco também."[13] Carvalho declarou em seu programa que em dezembro de 2009 teria recebido do governo dos Estados Unidos o visto de residência após um tempo de espera de aproximadamente três anos, ao final do qual passou a residir naquele país. Foi-lhe concedido o "Green Card for foreigners with extraordinary abilities."[12] Desde então, além da manutenção periódica da página pessoal com novos artigos e ensaios, Carvalho ministra cursos à distância e presenciais sobre História da Filosofia, bem como promove palestras e conferências. Estes cursos são para ele, uma forma encontrada para enfrentar o que define como a "morte da alta cultura brasileira".[13] Olavo é também o presidente de uma ONG chamada "Inter-american Institute".[22]


Em março de 2018, passou por uma internação hospitalar, após complicações decorrentes de uma pneumonia quando exames adicionais detectaram um cisto em sua traqueia.[23] Uma cirurgia para sua remoção foi realizada com sucesso no dia 28 e, ainda hospitalizado, divulgou um vídeo pelas redes sociais para tranquilizar seus seguidores.[24]


É casado com Roxane Andrade de Souza e pai de oito filhos, sendo que um deles, Luiz Gonzaga de Carvalho Neto, segue a vocação do pai e promove cursos de religião, esoterismo e outros.[25]


Filme


O cineasta pernambucano Josias Teófilo, dirigiu um filme que aborda a vida doméstica, biografia e visão de mundo de Olavo de Carvalho, rodado na residência deste em Colonial Heights, EUA.[26] O longa-metragem O Jardim das Aflições,[27] título retirado de um de seus livros, contou com a produção de Matheus Bazzo e direção de fotografia de Daniel Aragão. O filme foi inteiramente realizado com recursos captados através de financiamento coletivo e lançou em 2017.[28] Ao todo foram quase três mil doadores e arrecadação de 320 mil reais.[29][30][31] No festival Cine PE, realizado de 27 de Junho a 3 de Julho de 2017, O Jardim das Aflições foi premiado em três categorias: melhor montagem, júri popular e melhor filme.[32][33]


Carreira


Colaborou no primeiro curso de extensão universitária em astrologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo para os formandos em psicologia, em 1979, ministrado pelo psicólogo argentino Juan Alfredo César Müller, especialista em tratamentos homeopáticos.[20] Atualmente de confissão católica,[34] na década de 1980 foi membro da Tariqa, ordem mística muçulmana liderada por Frithjof Schuon. Embora admita a importância do Islã em sua formação, ele hoje lamenta a sua expansão no Ocidente.[13]


Explica que seu interesse em saber nasceu na adolescência, diretamente ligado à angustiante sensação de não estar entendendo nada, tanto na esfera pessoal, quanto no que lhe estava sendo ensinado, e que sua formação começou no autodidatismo devido à impossibilidade de encontrar, na época, um ensino à altura do que precisava. Para não ter um autodidatismo confuso e improdutivo, estudou primeiro, já aos quinze anos de idade, questões relacionadas à educação. Posteriormente diz ter pedido ajuda a estudiosos consagrados, buscando orientação em questões específicas.[35]


Estudou no Conpefil (Conjunto de Pesquisa Filosófica) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro por três anos, sob a direção do Prof. Pe. Stanislavs Ladusãns.[36][37] Apresentou os trabalhos Estrutura e Sentido da Enciclopédia das Ciências Filosóficas de Mário Ferreira dos Santos e Leitura Analítica da 'Crise da Filosofia Ocidental' de Vladimir Soloviov,[37] mas não concluiu o curso, saindo dele após a morte de Ladusãns (1993); não possuindo, portanto, nenhum título acadêmico formal.[13]


Trabalhou em revistas e periódicos tais como Folha de S.Paulo (onde começou a escrever como colaborador do caderno literário “Folhetim” em fevereiro de 1977[38][39]), Planeta, Bravo!, Primeira Leitura, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo, Época e Zero Hora.[12] Atualmente escreve para o Diário do Comércio (veículo de propriedade da Associação Comercial de São Paulo) na coluna Mundo Real,[40][41] e para o Mídia Sem Máscara, portal que ele fundou em 2002, que chegou a ser televisionado em 2004.


Livros


Seu primeiro livro foi lançado em 1980 sob o título A imagem do homem na astrologia. Escreveu em 1994 a obra Aristóteles em Nova Perspectiva, que seria lançada em 1996. Em 1995 o filósofo e jurista Miguel Reale, fundador da Academia Brasileira de Filosofia, encaminhou uma cópia da obra para apresentação no V Congresso Brasileiro de Filosofia.[42]


Em 1996, publicou o livro que o tornou conhecido, O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras, no qual critica duramente o meio cultural e intelectual brasileiro. A obra recebeu elogios de vários intelectuais, entre eles o jornalista Paulo Francis[11] e o economista Roberto Campos, que classificou Olavo como "filósofo de grande erudição".[43]


Debateu com o russo Aleksandr Dugin (cientista político, conselheiro do presidente da Rússia Vladimir Putin e principal ideólogo do eurasianismo)[44] sobre a Nova Ordem Mundial, gerando em 2012 o livro Os EUA e a Nova Ordem Mundial.[45] O filósofo liberal romeno Horia-Roman Patapievici elogiou muito a postura e os argumentos de Olavo no debate, considerando sua réplica excepcional.[46]


Seu livro O Mínimo que Você Precisa Saber para não Ser um Idiota é um apanhado de 193 artigos escritos por ele de 1997 até 2013,[47] ano em que foi lançado, e vendeu algo próximo de 320 mil exemplares,[48][13] recebendo elogios de jornalistas como Carlos Ramalhete,[49] Euler de França Belém,[50] Paulo Briguet[51] e Reinaldo Azevedo,[52] da Folha de S.Paulo[53] e do Padre Paulo Ricardo.[54]


Embora a obra de Carvalho tenha tido sucesso de audiência entre o público geral, não obteve grande repercussão na academia. Para José Arthur Giannoti, professor emérito na USP, a obra de Carvalho seria "absolutamente irrelevante". Ao mesmo tempo, Carvalho demonstra desprezo pela academia.[55]



Participações em palestras e eventos


Palestrou, debateu e realizou cursos em importantes instituições, como o Clube Israelita Brasileiro (2003 e 2004), o Centro Regional da ESAF no Rio de Janeiro (1998), a Escola de Guerra Naval (2001 e 2002), o Instituto Militar de Engenharia (2000), o Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (1993), o Banco Nacional da Romênia (1999), o Clube Militar de Minas Gerais (1999), a America's Future Foundation (2006) e a OAB-SP.[56][42][57] Nesta última, realizou uma palestra em 2001 e outra em 2004, abordando em ambas sobre a Nova Ordem Mundial.[58] Esteve presente, junto com Bruno Tolentino e Carlos Heitor Cony, na 8ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em julho de 1997.[57] Participou do Fórum da Liberdade nas edições de 2000, 2001, 2002, 2004 e 2005, junto com importantes figuras como Leonel Brizola, Ciro Gomes, FHC, Armínio Fraga, entre outros.[59]


Em 1998, participou de um debate no Teatro da PUC-SP, parte do programa Diálogos Impertinentes, com o teólogo Carlos Josaphat, como o outro dialogador, e com o filósofo Mario Sergio Cortella, este servindo como mediador para Josaphat e Olavo, que debateram questões relacionadas à moral.[60] Em 2004, foi entrevistado na Rede Vida pelo programa Tribuna Independente.[61]


Em 2005, em conta de seus estudos sobre Aristóteles e sua filosofia, Olavo participou do First World Congress and School on Universal Logic (Primeiro Congresso Mundial e Escola sobre Lógica Universal), ocorrido em Montreux na Suíça e organizado pelo filósofo francês Jean-Yves Béziau.[62]


Em 2015, participou do The Washington Conclave for Democracy (Conclave de Washington para a Democracia), evento organizado pela National Press Club. Outros convidados foram o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, o ex-primeiro-ministro espanhol José Aznar, o ex-governador Jeb Bush, o senador Marco Rubio, entre outros, que debateram sobre o Brasil e a América Latina.[63][64]


Em 2016, foi um dos participantes do Congresso Brasil Paralelo,[65] que contou com mais de sessenta influentes participantes, entre eles nomes como Ronaldo Caiado, Onyx Lorenzoni, Gilmar Mendes e Luiz Felipe Pondé, que explanaram sobre a realidade do Brasil num ponto de vista liberal-conservador.[66]


Em 2017, participou da Brazil Conference, conferência organizada por Harvard e pelo MIT, debatendo ao lado do vereador Eduardo Suplicy e de Hussein Kalout, atual secretário especial de Assuntos Estratégicos.[67][68]


Em 2017 foi um dos entrevistados no documentário Bonifácio: O Fundador do Brasil, sobre o Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva.[69]



Visão de mundo


Olavo defende os princípios metafísicos das antigas civilizações e combate a perda do sentido simbólico do universo. Sua visão da cultura articula-se com a teoria da história.[carece de fontes?] Ele não avalia o mundo contemporâneo como uma realização do progresso, mas como um ocaso, expressão de uma crise da civilização que, segundo sua linha de pensamento, seria o adentrar na barbárie. Isso seria o resultado de um processo de fortalecimento da consciência coletiva, iniciado no Renascimento que atinge seu ápice na Revolução Francesa com a prevalência da “opinião pública".[70][71] A tônica de sua obra é a "defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando escorada numa ideologia "científica". Segundo Olavo, "somente a consciência individual do agente dá testemunho dos atos sem testemunha, e não há ato mais desprovido de testemunha externa do que o ato de conhecer".[72][73]


Olavo é crítico do que chama de "sacerdócio das trevas", que engloba o kantianismo, o hegelianismo, o marxismo, o positivismo, o pragmatismo, o nietzscheanismo, a psicanálise, a filosofia analítica, o existencialismo, o desconstrucionismo, a teologia da libertação, o relativismo moral, cultural e ético, dentre outras correntes filosóficas e intelectuais. Segundo Carvalho, essas correntes transferem a responsabilidade de conhecer a verdade do indivíduo para o coletivo. Defende a teoria da conspiração conhecida como "marxismo cultural",[74][75] Critica a culpa entregue ao "sistema", ao "mundo" e à sociedade pelos problemas de diferentes assuntos.[76]


Define filosofia como "a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa". Explica ainda que esta definição aplica-se também às filosofias que negam o conhecimento ou que negam a unidade da consciência.[35][71]


Ele é um grande crítico do pensamento coletivo nacional por sua suposta despreocupação com o futuro. De acordo com seu pensamento, a cultura brasileira, orientada sobretudo para a autodefinição da especificidade, inclina-se a supervalorizar o popular, o antropológico e o documental acima do que chama de valores supratemporais.[70]


Olavo construiu e elaborou o conceito paralaxe cognitiva, que define como “o afastamento entre o eixo da construção teórica e o eixo da experiência real anunciado pelo indivíduo”. Trata-se de um auto-engano coletivo, com origem na modernidade, estando presente em várias obras de pensadores ou filósofos modernos.[77][3] A manifestação aguda da dita paralaxe cognitiva estaria presente na mentalidade revolucionária, representada em duas inversões principais: o revolucionário colocaria o futuro como parâmetro para julgamento de suas ações, não prestando conta pelos seus atos passados; e a inversão na relação entre sujeito e objeto, pois o revolucionário ao atacar seus opositores, os considera na verdade como os atacantes, formadores de uma barreira aos seus projetos.[71]


Outro conceito elaborado por ele é o Trauma da Emergência da Razão, em que um indivíduo, após adquirir ao longo do tempo uma massa amorfa de experiências, tenta expressá-la e lhe dar coerência, e acaba chegando a um momento crítico de tensão. Consiste, portanto, num confronto do indivíduo com sua própria realidade, em que após o ato de confessá-la, sua autoconsciência é elevada, num processo descrito na Teoria das Doze Camadas da Personalidade, também elaborada por Olavo.[78][71]


No debate na PUC-SP em 98, Olavo explana que os mesmos que defendem o relativismo moral também possuem forte indignação moral, e que apesar de sua desvalorização no campo intelectual, no campo emocional as pessoas estão fortemente apegadas à ideia de moral.[60] "Quer dizer, [as pessoas] pensam como relativistas, mas, julgam como absolutistas".


Em “A fonte da eterna ignorância”, Olavo escreve que, no Brasil, a cultura é vista como significado de eventos e espetáculos, que por sua vez, servem apenas para enriquecer os produtores dos eventos, divertir as massas populares e fazer propaganda política.[76]



No seu livro Aristóteles em Nova Perspectiva, Olavo escreve que há embutida nas obras aristotélicas uma ideia central que passou despercebida por quase todos os seus leitores e estudiosos.[79] Essa ideia Olavo denominou Teoria dos Quatro Discursos, a qual ele discorre durante o livro:


O discurso humano é uma potência única, que se atualiza de quatro maneiras diversas: a poética, a retórica, a dialética e a analítica (lógica).[72]


Um tema bastante explorado por Olavo é a intuição, tendo criado a teoria da tripla intuição, um ato único e indivisível que possui três intuições fundidas: "a) uma intuição sensível da fonte de luz; b) uma intuição sensível do ato de ver, ou seja, toma-se consciência do que se vê e do fato mesmo de ver, isto é, de que se vê; c) e, finalmente, uma intuição racional de causa-e-efeito".[80]


Carlos Heitor Cony (1926-2018), ilustre escritor brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras, considerava Olavo um intelectual polêmico e corajoso,[81] valorizando muito seu trabalho feito em 1999 a respeito das obras do escritor Otto Maria Carpeaux, ao qual os dois possuem grande admiração.[82] Também já elogiaram o trabalho de Olavo membros da ABL, como Herberto Sales, Jorge Amado, Josué Montello e o ex-presidente da República José Sarney.[56][83] Entre outros que valorizaram e demostraram interesse pelas suas obras, estão o filósofo italiano Romano Galeffi, que escreveu que Olavo "pelos seus muitos trabalhos deu prova cabal de sua cultura filosófica";[56] o diplomata José Osvaldo de Meira Penna, que considera sua obra de alto valor intelectual; o crítico literário Rodrigo Gurgel, que escreveu que "Olavo de Carvalho leva-nos mais longe na busca pela sabedoria, salientando que não esquecer nossa condição mortal é o ponto de partida da investigação metafísica";[83] o ex-presidente Itamar Franco, que o elogiou pelos seus estudos sobre "Nações e Nacionalismo no Século XXI";[56] e o escritor Bruno Tolentino, que o classificou como "filósofo finíssimo, um erudito verdadeiro e um homem honestíssimo".[84]


Posicionamentos



Política


Olavo afirma que suas ideias não se enquadram em uma categoria ideológica, condenando quem adota posições por automatismo sustentado por ideologias. Ele aponta que o coeficiente de esquerda ou de direita está nos olhos do observador e varia conforme as épocas e os lugares. Olavo diz que prefere se manter afastado dos enquadramentos ideológicos no Brasil, muito embora se veja alinhado à direita americana.[9]


De acordo com Olavo de Carvalho, a esquerda política brasileira conseguiu dominar a universidade, a mídia, a cultura e a política do país, empregando os métodos da revolução passiva (a "revolução sem revolução") [85] de Antonio Gramsci.[13]


Todo sujeito que se deixa moldar à idéia de seu inimigo já está derrotado. É a vitória perfeita. Lenin já dizia que a vitória perfeita era obtida sem lutar, o adversário se entrega. Pois eles, a esquerda, conseguiram. A esquerda adotou uma tática muito inteligente criada pelo Antonio Gramsci, o pensador italiano. Consiste em dominar primeiro todo o universo da cultura, das idéias, da educação, antes de conquistar o poder. Então, esse pessoal durante o regime militar já estava aplicando isso. Ocuparam as universidades, as redações de jornais. De repente, não havia mais idéias conservadoras em circulação. E se você não tem as idéias, as pessoas não tem como se definir. Elas não têm nem como se expressar. Se um político hoje vai se expressar, ele usa a linguagem da esquerda. São burros e presunçosos.


Entre indivíduos já criticados por Olavo estão Lula, Fidel Castro, Barack Obama (ver: Teorias da conspiração envolvendo Barack Obama), entre outros.[12] Poder-se-ia citar ainda entidades como o Foro de São Paulo,[12][53] o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o eurasianismo,[44] o Partido dos Trabalhadores, as FARC e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil.[12] Critica bastante o desarmamento civil, e alega que as organizações desarmamentistas estão ligadas aos interesses de grupos milionários nacionais e estrangeiros.[86]


Para Carvalho, existe uma grande discrepância entre a vontade, os posicionamentos e as opiniões do povo brasileiro em relação às das elites intelectual e política brasileira, tendo o Brasil um povo conservador, que não encontra representação em nenhum dos grandes partidos políticos, que inclusive defendem o oposto da vontade popular.[47]


Aponta o comunismo como responsável por assassinatos em massa e, como perseguidor de religiosos, principalmente cristãos.[87]


É impossível um cálculo global exato, mas, entre as revoluções francesa, russa, mexicana, espanhola, chinesa e cubana, o número de cristãos que pereceram nas mãos do regime que professou, nas palavras de Lenin "extirpar o cristianismo da face da Terra", não foi inferior a 15 milhões.[88]


Olavo afirma que durante a Guerra Fria, os serviços de inteligência dos países do bloco comunista atuaram intensamente no Brasil, baseando-se nos relatos de Ladislav Bittman.[carece de fontes?] Em um artigo jornalístico produzido em dezembro de 2010 para a revista Época, o autor sugeriu que Ladislav Bittman teria, na posição agente da StB, conduzido operações de bandeira falsa e desinformação, fazendo com que as agências de inteligência norte-americanas levassem a culpa pelo golpe de 1964 no âmbito das escolas e da mídia brasileira.[89]


Em 1996, Carvalho "profetizava", em entrevista ao jornalista Pedro Bial, no telejornal da Globo Bom Dia Brasil, que apesar do então recente colapso socialista na URSS, a esquerda brasileira iria ascender ao poder com grande força, já que, de acordo com ele, "a partir da década de 1960, foram adotando a estratégia gramsciana, que é a de fazer a revolução cultural primeiro para fazer a revolução política depois".[76] Ainda acrescentou que "muitas vezes [os esquerdistas] têm poder, mas não assumem que têm, então continuam se sentindo perseguidos e infelizes".


Em entrevista à BBC em dezembro de 2016, Olavo, quando perguntado sobre a direita brasileira, afirmou: "quis que uma direita existisse [no Brasil], o que não quer dizer que eu pertença a ela. Fui o parteiro dela, mas o parteiro não nasce com o bebê". Para ele "atualmente é obrigatório estar na direita", mas deixou claro que não tem "compromisso com nenhuma política em particular".[13]


Em novembro de 2018, após a eleição presidencial brasileira, declarou que (se convidado) aceitaria ser o embaixador do Brasil nos Estados Unidos.[90] Afirmou que, em caso de indicação pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, este seria o único cargo que aceitaria.[91] Segundo ele:


(...) "O que o Brasil mais precisa é de dinheiro. E, como embaixador nos EUA, eu saberia fazer dinheiro. Eu peguei alguma prática desse negócio de comércio internacional no tempo em que morei na Romênia. Eu não sou um total ignorante no comércio internacional."[90]
(...) O embaixador no outro país tem autoridade total sobre seus conterrâneos ali. Pode mandar embora qualquer um, pode mandar prender qualquer um. Ele é um reizinho. Ele não tem que dar satisfação para a "petezada".[91]



Ciência



Olavo criticou fortemente diversas figuras que ocupam lugar destacado na história das ciências, como por exemplo Isaac Newton, a quem acusa de ter disseminado "o vírus da burrice na Terra."[12] A crítica estende-se ainda Giordano Bruno, que segundo ele "não fez nenhuma descoberta (...). Nem sequer estudou as ciências modernas, física, astronomia, biologia ou matemática. Ele não foi condenado por defender teorias científicas, mas por prática de feitiçaria, que na época era crime",[92] e a Galileu:


Um fundo de charlatanismo parece já ter sido introduzido na física por Galileu, quando proclamou ter superado a noção da ciência antiga, segundo a qual um objeto não impelido por uma força externa permanece parado — uma ilusão dos sentidos, segundo ele. Na realidade, pontificava, um objeto em tais condições permanece parado ou em movimento retilíneo e uniforme. E, após ter assim derrubado a física antiga, esclarecia discretamente que o movimento retilíneo e uniforme não existe realmente, mas é uma ficção concebida pela mente para facilitar as medições. Ora, se o objeto não movido de fora permanece parado ou tem um movimento fictício, isto significa, rigorosamente, que ele permanece parado em todos os casos, exatamente como o dizia a física antiga, e que Galileu, mediante um novo sistema de medições, conseguiu apenas explicar por que ele permanece parado. Ou seja, Galileu não contestou a física antiga, apenas inventou um modo melhor de provar que ela tinha razão, e que o testemunho dos sentidos, sendo verídico o bastante, não tem em si a prova da sua veracidade — coisa que já era arroz-com-feijão desde o tempo de Aristóteles. Foi este episódio que inaugurou a mania dos cientistas modernos de tomarem simples mudanças de métodos como se fossem “provas” de uma nova constituição da realidade.[92]


Também é crítico do trabalho de Georg Cantor a respeito de números transfinitos, acusando-o de confundir "números com seus meros signos", vendo seu trabalho como um "jogo de palavras" e uma "falsa lógica".[92]


Não acredita no aquecimento global[93] e fundamenta-se no episódio que ficou conhecido como Climategate, em que hackers, nas vésperas da Conferência de Copenhague, disseminaram milhares de e-mails de climatologistas da Universidade de East Anglia, visando minar a credibilidade da conferência. Além disso, Olavo aponta que o Climategate seria obra da família Rockefeller, do Council of Foreign Relations e do Clube de Bilderberg, indicando-os como atores principais da Nova Ordem Mundial, também responsáveis pelas "campanhas mundiais abortista e gayzista, da nova religião global biônica, da proposta do governo Obama para o controle universal da circulação de capitais".[94]


Para Olavo, a AIDS não representa um risco para a população heterossexual, baseando-se no livro The Myth of Heterosexual Aids do jornalista Michael Fumento, não concordando também que a AIDS tenha sido um perigo iminente para toda a humanidade, alegando que essa ideia foi disseminada pela indústria farmacêutica e outros grupos para captar verbas governamentais.[94]



Controvérsias


Alguns de seus críticos foram o Janer Cristaldo,[95] o engenheiro José Colucci Jr,[96] e os jornalistas Mário Augusto Jakobskind[97] e Sebastião Nery. Este último afirmou notar a falta de formação acadêmica em filosofia de Olavo, o que o impediria de lecionar a matéria em âmbito acadêmico, dizendo ainda que "isso tem nome: falsidade ideológica. E está no Código Penal".[98]


Em virtude de críticas realizadas em seus artigos e talk show, Olavo foi acionado judicialmente em 2007 pelo professor aposentado de filosofia da Unicamp João Carlos Kfouri Quartim de Moraes.[99] Em sentença de 28 de novembro de 2012 somente as empresas foram condenadas a indenizar Quartim por danos morais, constando ainda que Olavo deixou de fazer parte do processo, em virtude da desistência posterior do autor do prosseguimento da ação em relação a ele, por este residir em local incerto, fora do país.[100]


Em abril de 2016, a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (Abia) condenou as declarações de Olavo de Carvalho sobre o episódio em que o deputado Jean Wyllys cuspiu no também deputado Jair Bolsonaro, durante votação do impeachment de Dilma.[101] Nas redes sociais, Olavo afirmou que Jean, como "membro de um grupo de risco", deveria se submeter a um exame para verificar "se sua saliva não transmite o vírus da Aids". Em nota, a Abia recomendou que ele "seja imediatamente submetido a exames para verificar se sua saliva não transmite o vírus da ignorância e do preconceito" e lamentou as "doses vergonhosas de desinformação e desrespeito" de Olavo de Carvalho em relação às pessoas que vivem com HIV/AIDS no Brasil.[102][103]


Geovani Moretto, coordenador do curso de filosofia da PUC-PR, afirma que se admirava com a capacidade de Olavo "debater a filosofia a partir de questões cotidianas, da política e da economia" antigamente. No entanto, Moretto diz que Olavo virou aquilo que tanto criticava: um dogmático.[13]


Olavo acionou judicialmente em 2016 a Editora Abril devido a comentários feitos pelo jornalista Reinaldo Azevedo em blog mantido na página da Revista Veja, mas em primeira instância teve seu pedido de direito de resposta negado em duas ações.[104][105] Uma terceira ação tramita na Vara Criminal de Barueri, por injúria, contra o próprio jornalista.[106]


Em um estudo sobre discurso de ódio no Brasil, os acadêmicos Liriam Sponholz e Rogério Christofoletti reconhecem Olavo como representante desse discurso no país.[107]



Condecorações


Olavo de Carvalho recebeu (em coautoria com Mateus Soares de Azevedo), o Prêmio no Concurso de Monografias sobre a vida do profeta Maomé, do Centro Islâmico do Brasil (Brasília, 8 de janeiro de 1986).[108] Foi agraciado com a Medalha do Pacificador (25 de agosto de 1999),[1] a distinção honorífica da Ordem Nacional do Mérito da Romênia (5 de dezembro de 2000),[4] a Medalha do Mérito Santos-Dumont (20 de julho de 2001),[3] o Diploma de Colaborador do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (30 de março de 2004)[42] e, finalmente, recebeu a Medalha Tiradentes (2012),[2] através de lei de autoria do deputado Flávio Bolsonaro.[3] Conquistou o Primeiro Prêmio em concurso sobre José Ortega y Gasset (instituído pela Embaixada do Reino da Espanha – 1985), e também o Primeiro Prêmio em concurso de ensaios sobre história islâmica (instituído pela Embaixada do Reino da Arábia Saudita – 1986).[3]



Obras





  • A imagem do homem na astrologia. São Paulo: Jvpiter. 1980.


  • O crime da Madre Agnes ou A confusão entre espiritualidade e psiquismo. São Paulo: Speculum. 1983.


  • Questões de simbolismo astrológico. São Paulo: Speculum. 1983


  • Universalidade e abstração e outros estudos. São Paulo: Speculum. 1983.


  • Astros e símbolos. São Paulo: Nova Stella. 1985.


  • Astrologia e religião. São Paulo: Nova Stella. 1986.


  • Fronteiras da tradição. São Paulo: Nova Stella. 1986.


  • Símbolos e mitos no filme "O silêncio dos inocentes". Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais. 1992.


  • Os gêneros literários: seus fundamentos metafísicos. 1993.


  • O caráter como forma pura da personalidade. 1993.


  • A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci. Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais & Stella Caymmi. 1994.[nota 1]


  • Uma filosofia aristotélica da cultura. Rio de janeiro: Instituto de Artes Liberais. 1994.


  • O jardim das aflições: de Epicuro à ressurreição de César - Ensaio sobre o materialismo e a religião civil, Rio de Janeiro: Diadorim. 1995.


  • Aristóteles em nova perspectiva: Introdução à teoria dos quatro discursos. Rio de janeiro: Topbooks. 1996.


  • O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras. Rio de Janeiro: Faculdade da Cidade. 1996.


  • O futuro do pensamento brasileiro. Estudos sobre o nosso lugar no mundo. 1998.


  • O imbecil coletivo II: A longa marcha da vaca para o brejo e, logo atrás dela, os filhos da PUC, as quais obras juntas formam, para ensinança dos pequenos e escarmento dos grandes. Rio de Janeiro: Topbooks. 1998.


  • O Exército na História do Brasil. Edição bilíngue (português / inglês). 4 Vols. Rio de Janeiro/Salvador: Biblioteca do. Exército e Fundação Odebrecht, 1998.


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Como autor secundário



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Ver também



Wikiquote

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  • Anticomunismo

  • Modernização conservadora

  • Demétrio Magnolli

  • Marco Antonio Villa

  • Rodrigo Constantino

  • Leandro Karnal


Notas




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  • Dantas, Dimitrius (10 de fevereiro de 2019). «Olavo de Carvalho está errado e não entendeu Kant, dizem três nomes de destaque da academia brasileira». O Globo. Cópia arquivada em 10 de fevereiro de 2019 


  • Peres, Daniel Tourinho (12 de fevereiro de 2019). «Quão obscurantista é o emplasto filosófico de Olavo de Carvalho?». Le Monde Diplomatique. Cópia arquivada em 16 de fevereiro de 2019 


  • Salgado, Daniel (27 de novembro de 2018). «Transgressão à direita». Revista Serrote, número 30. Cópia arquivada em 16 de fevereiro de 2019 


  • Costa, Ana Clara; Ghirotto, Edoardo (30 de novembro de 2018). «"Eu sou o segundo governo"». Veja. Cópia arquivada em 10 de fevereiro de 2019 




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