Gallus gallus domesticus
Nota: Para outros significados com esse termo, veja Galinha (desambiguação).
Galinha | |||||||||||||||||
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Galo e Galinha, respectivamente | |||||||||||||||||
Estado de conservação | |||||||||||||||||
Não avaliada: Domesticado | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome trinomial | |||||||||||||||||
Gallus gallus domesticus (Linnaeus, 1758) |
Galinha e Galo são, respectivamente, a fêmea e o macho da espécie Gallus gallus domesticus de aves galiformes e fasianídeas. Os juvenis são chamados de frangos ou galetos, e os filhotes, de pintos, pintainhos (português europeu) ou pintinhos (português brasileiro).
Estas aves possuem bico pequeno, crista carnuda, pernas escamosas e asas curtas e largas. A galinha tem uma enorme importância para o ser humano, sendo o animal doméstico mais difundido e abundante do planeta e uma das fontes de proteína mais baratas. Além de sua carne, as galinhas fornecem ovos. As penas também têm utilizações industriais. Segundo dados de 2003, há cerca de 24000 milhões de galinhas no mundo. Em alguns países da África moderna, 90% dos lares criam galinhas. As galinhas são aves omnívoras, tendo preferência por sementes e pequenos invertebrados.
As galinhas são uma importante fonte de alimento há séculos. As primeiras referências a galinhas domesticadas surgem em cerâmicas coríntias datadas do século VII a.C. A introdução desta ave como animal doméstico surgiu provavelmente na Ásia, de onde é nativo o galo-banquiva (Gallus gallus).
Os humanos iniciaram a domesticação de galinhas de origem indiana com a finalidade utilizá-las em briga de galos na Ásia, África e Europa, sendo dada pouca atenção à produção de carne ou ovos.[1] Recentes estudos genéticos apontam para múltiplas origens maternas no sudeste, leste e sul da Ásia, sendo com o clado encontrado nas Américas, Europa, Oriente Médio e África originário do subcontinente indiano. Apesar de os romanos terem desenvolvido a primeira raça diferenciada de galinhas,[carece de fontes] os registros antigos mostram a presença de aves selvagens asiáticas na China desde 1400 a.C..
Da Índia a galinha domesticada fez o seu caminho para a satrapia persa da Lídia no oeste da Ásia Menor; aves domésticas foram importadas para a Grécia no século V a.C.[2] Galinhas eram conhecidas no Egito desde a Dinastia 18, como o "pássaro que dá à luz todos os dias" tendo chegado ao Egito da terra entre Síria e Sinar, Babilônia, de acordo com os anais da Tutmés III.[3][4]
Da Grécia Antiga, as galinhas espalharam-se pela Europa e os navegadores polinésios levaram estes animais em suas viagens de colonização pelo oceano Pacífico, incluindo a Ilha da Páscoa. A proximidade ancestral com o homem permitiu o cruzamento destinado à criação de diversas raças, adaptadas a diferentes necessidades.
Índice
1 Raças Autóctones Portuguesas
2 Raças e Varietades Autóctones Brasileiras
3 Mercado produtor
4 Voo
5 Reprodução
6 Ver também
7 Referências
8 Ligações externas
Raças Autóctones Portuguesas |
Em Portugal existem 4 raças autóctones de galinhas, todas em risco de extinção[5].
- Amarela
- Branca
- Pedrês Portuguesa
- Preta Lusitânica
Atualmente não chegam aos 5.000 os exemplares destas raças. Das quatro raças existentes, a Branca é a que apresenta um menor número de efectivos, cerca de 900 reprodutoras em todo o país.[6].
Raças e Varietades Autóctones Brasileiras |
- Índio Gigante
Galo músico brasileiro
Mercado produtor |
Segundo a ABEF (Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango), o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e o terceiro maior produtor, atrás apenas dos Estados Unidos e da República Popular da China. Nos EUA, principal produtor, são produzidos 50 bilhões de ovos e consumidas 8 bilhões de galinhas por ano.[7]
Ano | Estados Unidos | R.P.China | Brasil | UE | México | Mundo | |
2002 | 14 467 | 9 558 | 7 517 | 7 788 | 2 157 | 54 155 | |
2003 | 14 696 | 9 898 | 7 843 | 7 512 | 2 290 | 54 282 | |
2004 | 15 286 | 9 998 | 8 494 | 7 627 | 2 389 | 55 952 | |
2005 | 15 869 | 10 200 | 9 200 | 7 736 | 2 498 | 59 092 | |
2006* | 16 162 | 10 350 | 9 336 | 7 425 | 2 610 | 60 090 | |
2007** | 16 413 | 10 520 | 9 700 | 7 530 | 2 724 | 61 162 |
Fonte: ABEF.[8]2006*, dados preliminares; 2007**, dados projetados.
Voo |
As galinhas domésticas não costumam voar, enquanto as selvagens podem voar por curtas distâncias. Em alguns casos, as galinhas têm ainda suas asas cortadas para evitar fugas.[9] Em 2014, uma galinha voou por 13 segundos e percorreu uma distância de 91,897 metros, batendo um recorde de duração de voo.[10][11]
Reprodução |
Quando a galinha nasce, todos os óvulos que serão gerados ao longo de sua vida já estão armazenados no seu ovário, só que em tamanho microscópico, porém, é apenas na idade adulta que eles ficam prontos para a ovulação.
As aves se reproduzem, geralmente, durante a primavera e o início do verão.[12] A galinha não depende do galo para produzir os ovos, porém a participação do galo é imprescindível para que ocorra a fertilização deles. O macho é o fornecedor de espermatozoides que precisam se fundir com os óvulos da fêmea para que ocorra a fecundação.
O ritual de acasalamento mais comum é um galo realizar uma especie de dança em torno da galinha, arrastando suas asas enquanto caminha em círculo ao redor da fêmea. Geralmente a galinha se afasta, então o galo a persegue e monta nela, para iniciar o processo de inseminação. Outro ritual envolve inteligência do galo. Ele atrai as galinhas para onde haja comida, cacarejando em um tom alto e, então, deixa que elas se alimentem primeiro. Enquanto elas estão ocupadas, o galo subitamente fica sobre a fêmea que escolheu para acasalar.
Os galos não têm um órgão reprodutor que se pareça com o pênis. Em vez disso, eles têm uma abertura chamada cloaca. O galo posiciona sua cloaca próxima à cloaca da galinha e deposita seu esperma em seu interior.
Os espermatozoides do galo são muito resistentes e podem sobreviver vários dias dentro da galinha.[13] Nesse período, ela está fértil e os ovos podem originar pintinhos.
Dentro do ovário, a gema em desenvolvimento está presa por membranas denominadas folículos, que rompem-se quando a maturidade do óvulo é atingida. A gema, ou o óvulo, cai no infundíbulo (processo chamado de ovulação), onde permanece por, aproximadamente, 20 minutos e ocorre a fertilização, caso haja espermatozoides. No infundíbulo se forma a calaza, membrana espessa que protege a gema e que dará origem à clara.[14]
Em seguida, o óvulo (não fertilizado) ou ovo fertilizado, continua o seu caminho para o magno, onde é envolvido por parte da clara em um tempo de, aproximadamente, duas ou três horas. Ao deixar o magno, o ovo segue para o istmo, última região do aparelho reprodutor antes do útero.
No istmo, são secretadas as membranas queratinosa e fibrosa, que compõem a membrana testácea encontrada na casca do ovo. Este processo adiciona proteínas e pequena quantidade de água ao albume.
No útero ocorre a adição de grande quantidade de água. Dentro dele, o ovo recebe uma massa viscosa, secretada pela mucosa do órgão. Tal massa é a base para a formação da casca e se solidifica após ser preenchida por cristais de carbonato de cálcio. Essa é a etapa de maior duração do processo. O ovo fica no útero por cerca de 20 horas. No útero também acontece a formação da cutícula do ovo.
Após esse período o ovo passa através de vagina. Para evitar que o ovo entre em contato com resíduos de fezes e de urina presentes na cloaca, a vagina se projeta para fora no momento da postura.
As galinhas chocam os ovos porque os embriões necessitam de calor para se desenvolver.[15]
Para verificar se o ovo foi fertilizado, utiliza-se a ovoscopia. A partir do oitavo dia de incubação, é possível observar a existência de embrião com o uso de um feixe de luz. Nos ovos inférteis há passagem da luz, enquanto nos férteis forma-se uma sombra que indica a presença de embrião.
Ver também |
- Avicultura
- Lista de raças de galinha
- Luta de galos
- Ovo (alimento)
Referências
↑ Garrigus, W. P. (2007), "Poultry Farming". Encyclopædia Britannica. (em inglês)
↑ Maguelonne Toussaint-Samat, (Anthea Bell, tradutor) The History of Food, Ch. 11 "The History of Poultry", revised ed. 2009, p. 306. (em inglês)
↑ Howard Carter, "An Ostracon Depicting a Red Jungle-Fowl (The Earliest Known Drawing of the Domestic Cock)" The Journal of Egyptian Archaeology, 9.1/2 (April 1923), pp. 1-4. (em inglês)
↑ Pritchard, "The Asiatic Campaigns of Thutmose III" Ancient Near East Texts related to the Old Testament, p240. (em inglês)
↑ http://www.iniav.pt/fotos/editor2/folheto_bpga_2013.pdf
↑ Gazeta Rural n.º 318 (Jumho de 2018), Investigadores e criadores unem-se para preservar galinhas portuguesas, pág. 28.
↑ [Americans eat 8 billion chickens every year «Poultry Facts»] Verifique valor|url=
(ajuda). Purdue University. Consultado em 5 de setembro de 2015
↑ «ABEF - Mercado Mundial de Carne de Frango (Estatísticas, 2007)»
↑ «Galinha não consegue voar porque é gorda». Cópia arquivada em 9 de novembro de 2007
↑ What is the longest recorded flight of a chicken? Factual Facts. Acessado em 6 de fevereiro de 2019.
↑ A. C. Rogers Jr. (2012) Flying Cars for Everyone in the Near Future. America Star Books. p. 9. ISBN 9781611028454.
↑ Graham Beckett e Elisa Freitas. «Informações sobre o acasalamento entre galos e galinhas». ehow. Consultado em 30 de Março de 2014
↑ Prof Ismar Araujo de Moraes. «FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO DAS AVES DOMÉSTICAS» (PDF). uff. Consultado em 30 de Março de 2014
↑ Yuri Vasconcelos. «Como o ovo se forma dentro da galinha?». mundoestranho. Consultado em 30 de Março de 2014
↑ «Por que as galinhas botam ovos?». .cienciahoje. Consultado em 30 de Março de 2014
Ligações externas |
Galinha: Gallus domesticus - Fotos (em inglês)
The Poultry Guide - A to Z and FAQ Reference Guide (em inglês)
ABEF - Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango (em português)
UBA - União Brasileira de Avicultura (em português)