Chá verde
Chá verde | |
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Aparência do chá verde em três diferentes etapas: (da esquerda para direita) a infusão das folhas, as folhas secas, e o líquido. (Note que as folhas infusadas aparentam mais verde do que as folhas secas.) | |
Tipo | Chá |
Origem | China |
Cor | Verde |
Relacionada(s) | Chá preto, Matcha |
Chá-verde[1] é um tipo de chá feito a partir da infusão da planta Camellia sinensis. É chamado de verde porque as folhas da erva sofrem pouca oxidação durante o processamento, o que não acontece com as folhas do chá-preto. Algumas outras ervas são vendidas a título de chá-verde, porém o verdadeiro chá-verde é o feito a partir da folha do arbusto Camellia sinensis.
Muito popular na China e no Japão, há pouco tempo começou a ser consumido com maior frequência no ocidente, tradicional consumidor de chá-preto, devido tanto a uma tendência orientalista, quanto às propriedades antioxidantes a ela atribuídas. No ocidente, é a partir de Portugal, mais exactamente na localidade da Gorreana, na ilha de São Miguel, nos Açores, que existe a mais antiga plantação de chá-verde, a qual realiza a exportação de chá-verde para todo o mundo.
A preparação do chá-verde difere um pouco dos chás tradicionais. A água não deve estar fervendo, pois, do contrário, as folhas acabam sendo cozidas e proporcionando um gosto amargo à bebida. O tempo de infusão também não deve ser maior que 3 minutos.
Índice
1 História do chá-verde
2 Chá verde no mundo
3 Chá-verde no Japão
3.1 Plantação coberta
3.2 Plantação descoberta
4 A colheita do chá-verde no Japão
4.1 Na primavera
4.2 No Verão
4.3 No Outono
4.4 No Inverno
5 Benefícios à saúde
6 Referências
História do chá-verde |
Até a invenção oriental do chá-preto na China, durante o século XVII, o chá não era dividido por cores, e era processado de maneira simples, a partir de folhas secas picadas, ou transformado em um bolo, comparável ao Pu-erh.
Chá verde no mundo |
Originalmente da China, o chá foi levado ao Japão através de monges que viajavam entre os dois países. Curiosamente, o chá-verde foi o único chá que se popularizou no Japão, tornando-se a bebida mais consumida do país, superando refrigerantes e bebidas alcoólicas.
O chá-verde também é produzido em outros países da Ásia, inclusive em produtores tradicionais de chá preto,[2] como Índia e Ceilão, mas com técnicas diferentes das japonesas.
Fora da Ásia, devido à imigração japonesa, o chá-verde também é produzido no sudeste do Brasil, particularmente no estado de São Paulo. Embora existam marcas de qualidade reconhecida, é comum encontrar, sob o nome de "chá-verde", compostos de plantas, incluindo o mate. Isso é devido à grande generalidade do termo "chá" no Brasil, podendo se referir a qualquer infusão.
O chá-verde é cultivado também no arquipélago dos Açores, mais propriamente na localidade da Gorreana, na ilha de São Miguel, sendo cultivado e comercializado o de tipo Hysson.
Chá-verde no Japão |
Para entender as variedades de chá-verde Japonês, é necessário conhecer os diferentes tipos de plantio e processamento.
Plantação coberta |
Os tipos mais nobres de chá-verde vêm das folhas de árvores parcialmente cobertas do sol, que tem o nome genérico de Tencha. De acordo com a qualidade, e as características de cada chá, os vasos condutores podem ser removidos, para conferir um paladar mais agradável.
Gyokuro: É enrolado e processado como o Sencha, mas tem um sabor mais doce e delicado. É considerado o chá mais nobre, dentre os com folha enrolada.
Matcha: É feito a partir do tenchá triturado até a consistência do talco, e é usado no Chanoyu, a cerimônia do chá Japonesa.
Kukicha: É feito com folhas, galhos, e partes menos nobres que sobram da colheita do Gyokuro. Conhecido pelo seu sabor leve e refrescante, e sua cor levemente amarelada, um bom Kukicha tem um sabor próprio, comparado ao Oolong chinês, e muito pouca cafeína.
Plantação descoberta |
Do restante da plantação, são feitos outros chás, considerados menos nobres, porém mais populares, e de preparo mais fácil.
Sencha: O tipo mais comum de chá no Japão, representando mais de três quartos de toda a produção. O Sencha da primeira colheita, quando usado comemorativamente, é também chamado de Shincha (Novo chá).
Bancha: É uma classe de Sencha colhido entre o verão e o outono. Embora não tenha o sabor delicado, como o Sencha, é respeitado pelas suas características bem definidas, como seu sabor forte e refrescante. Ele é mais barato, e contém menos cafeína que as outras variedades.
Genmaicha: É uma mistura de algum chá, geralmente Sencha, e Genmai (arroz torrado). A proporção de arroz e chá é muito importante, pois, se o aroma do arroz tira um pouco da amargura de um chá de qualidade inferior, o excesso tira todas as suas características.
Hojicha: É um chá frito, ou até torrado, muito comum em casas de chá pelo Japão. Tanto o bancha quanto o kukicha podem ser usados para fazê-lo. Ele tem muito pouca adstringência, uma cor claramente vermelha, e pouca cafeína. Mas também pode haver danos à saúde se usado por pessoas portadoras de diabetes.
A colheita do chá-verde no Japão |
Na primavera |
A mais apreciada leva de chá-verde, Ichiban Cha, é colhida entre a primavera e o verão, mais ou menos em Maio, no hemisfério norte, e em Setembro, no hemisfério sul. O período exato depende de cada fazenda, devido às sutis diferenças no clima e geografia.
Antes da primavera, no começo de Março, no hemisfério norte, e de Junho, no hemisfério sul, as folhas da árvore de chá são arrancadas, e, delas, é feito o Banchá de Primavera.
Entre vinte e trinta dias antes da colheita, as árvores destinadas à produção de Gyokuro e Matcha são cobertas por cortinas especiais, chamadas Kanreisha, para isolá-las de contato solar direto. Dessa forma, ambos os tipos de Chá crescem com um aroma mais encorpado, uma cor mais esverdeada, e um sabor mais doce e menos amargo, graças à quantidade menor de taninos.
Depois, vem a colheita, na qual é preciso saber tempo certo para colher as folhas: colher antes do tempo certo acarretará em folhas pouco maduras, e colher depois, mesmo que alguns dias, irá tornar o chá muito mais amargo, estragando sua alta qualidade.
Para um chá perfeito, como ocorre com os melhores Gyokuros e Matchas, as folhas deverão ser recolhidas manualmente, já que, com uma máquina, será impossível separar as folhas boas das ruins.
No Verão |
Durante o verão, são produzidos chás de qualidade inferior aos da primavera. No total, são feitas duas colheitas, resultando no Nibancha e no Sanbancha.
Durante esse período, a árvore fica particularmente vulnerável à competição de outras espécies, incluindo a erva-daninha. As plantações orgânicas sofrem ainda mais, pois, sendo impossível arrancar automaticamente as invasoras de cada árvore, os criadores acabam tendo de retirá-las manualmente, uma a uma.
No Outono |
Durante o outono, as árvores são podadas e fertilizadas, para que o solo se enriqueça lentamente durante seis meses, até chegar a primavera novamente.
Das folhas retiradas nesse período, é feito o Banchá de Outono, o último chá do ano.
No Inverno |
Durante o rigoroso inverno não há produção de chá.
Benefícios à saúde |
Chá verde comercializado comum | |
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Valor nutricional por 100 g (3,53 oz) | |
Energia | 4 kJ (0 kcal) |
Carboidratos | |
Carboidratos totais | 0 g |
Gorduras | |
Gorduras totais | 0 g |
Proteínas | |
Proteínas totais | 0.2 g |
Vitaminas | |
Tiamina (vit. B1) | 0.007 mg (1%) |
Riboflavina (vit. B2) | 0.06 mg (5%) |
Niacina (vit. B3) | 0.03 mg (0%) |
Vitamina B6 | 0.005 mg (0%) |
Vitamina C | 0.3 mg (0%) |
Minerais | |
Cálcio | 0 mg (0%) |
Ferro | 0.02 mg (0%) |
Magnésio | 1 mg (0%) |
Manganês | 0.18 mg (9%) |
Potássio | 8 mg (0%) |
Sódio | 1 mg (0%) |
Água | 99.9 g |
Cafeína | 12 mg |
Link to Full USDA Nutrient Report Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos. |
Estudos indicam que o chá-verde é rico em substâncias antioxidantes, chamadas polifenóis, que evitam a ação destrutiva das moléculas de radicais livres que degeneram as células, auxiliando, por exemplo, na prevenção do câncer, tendo efeito antienvelhecimento e na queima de gorduras.[3]
O chá-verde também é rico em tanino que faz diminuir as taxas do LDL (colesterol ruim) e fortalece as artérias e veias favorecendo a prevenção de doenças cardíacas e circulatórias. Possui bioflavonoides e catequinas: substâncias que bloqueiam as alterações celulares que dão origem aos tumores.[4]
Um estudo feito nos Estados Unidos indica que o extrato de chá-verde pode suprimir o crescimento de Helicobacter pylori (em vivo e em vitro).[5] Um outro estudo feito na Coreia do Sul sugere que um polissacarídeo ácido encontrado no chá-verde é significativamente efetivo na prevenção da adesão do H. pylori a células epiteliais humanas em cultura[6]
O chá-verde também possui manganês, potássio, ácido fólico, vitamina C, vitamina K, vitamina B1 e a vitamina B2.
O chá-verde é diurético.
Referências
↑ Academia Brasileira de Letras. Disponível em http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23. Acesso em 30 de abril de 2014.
↑ «Chá preto emagrece». Comoemagrecer. 10 de março de 2018
↑ [1]
↑ [2]
↑ [3]
↑ Referência: Lee J, Shim J, Lee J, Kim J, Yang I, Chung M, Kim K (2006). "Inhibition of pathogenic bacterial adhesion by acidic polysaccharide from green tea (Camellia sinensis)". J Agric Food Chem 54 (23): 8717–23).